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Universidade Universidade de Évora: utilizar a IA para combater a desinformação

17-07-2025

A Universidade de Évora (UÉvora), através do seu Laboratório de Humanidades Digitais (ChronosLab) do Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades (CIDEHUS), está a participar no projeto europeu “HYBRIDS (Intelligence to monitor, promote and analyse transformations in good democracy practices)” que usa Inteligência Artificial para travar desinformação. 

“Unindo investigadores de áreas como a história, a linguística, a sociologia ou a ciência dos dados, este laboratório integra projetos que cruzam saberes e técnicas digitais com uma leitura crítica e humanista da sociedade”, começa por explicar ao Ensino Magazine  a academia de Évora.

“Face à crescente proliferação de desinformação, discurso de ódio e notícias falsas online, o projeto europeu HYBRIDS surge como resposta urgente. Financiado pela União Europeia e pela UK Research and Innovation (UKRI) com um orçamento de 2.895.552,00€, este projeto internacional coordenado pela Universidad de Santiago de Compostela (Espanha) — com 14 instituições de seis países, nomeadamente, Portugal (CIDEHUS - Universidade de Évora), Espanha, Itália, França, Alemanha e Holanda — aposta na criação de sistemas de inteligência híbrida, combinando o raciocínio humano com a aprendizagem automática para detetar e combater narrativas falsas que minam as sociedades democráticas”, revela a UÉvora.

O projeto explora “ formas inovadoras de aplicar o processamento de linguagem natural (PLN) e algoritmos de aprendizagem profunda (deep learning) para analisar grandes volumes de dados textuais, desde posts em redes sociais até artigos jornalísticos. O objetivo é criar ferramentas com capacidade para analisar discursos e identificar abusos e desinformação no uso da linguagem”, diz a mesma nota enviada pela universidade.

Citado na mesma informação, Erik Marino, bolseiro de investigação do projeto HYBRIDS e estudante do programa de doutoramento em História da Universidade de Évora, explica que “a inteligência artificial (IA) é incrível no tratamento da linguagem humana e está a melhorar cada vez mais. Até há alguns anos atrás, toda a leitura de textos e toda a sua compreensão tinha de ser feita exclusivamente por humanos. Atualmente, podemos colocar métodos de IA ao nosso dispor para fazer análises mais profundas e ter um corpus de dados maior”.

Para aquele responsável “a difusão de teorias da conspiração pode ser extremamente prejudicial e conduzir a resultados dramáticos, daí a necessidade de proteger as nossas próprias democracias, recorrendo, para tal, a tecnologias de IA. A minha investigação lida com as chamadas teorias da conspiração de substituição da população, no fundo, todo o tipo de narrativas que afirmam existir um plano onde a população europeia deverá ser substituída por migrantes. Como se tratam de mentiras, treinamos as tecnologias para que compreendam estas narrativas. Através de uma combinação de dados portugueses, espanhóis e italianos, os sistemas de IA detetam estas narrativas e estudam a sua evolução ao longo dos últimos 30/35 anos e comparam os diferentes contextos”.

De sublinhar que recentemente o projeto ganhou o reconhecimento nacional em Portugal ao ser agraciado com a 3ª colocação na premiação anual do Arquivo.PT.

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