A escola, tal como a conhecemos hoje, é uma complexa comunidade educativa, com diminuta autonomia nas dimensões curricular, pedagógica, administrativa e financeira, apesar do constante envolvimento da comunidade escolar e local na tomada de decisões.
No seio da maioria das famílias portuguesas e na generalidade das instituições escolares os jovens são educados para desenvolverem uma cultura de procura de um emprego. Raramente os filhos e os alunos são incentivados à criação do seu próprio trabalho. Esta aparentemente pequena distinção de cultura organizacional e de posicionamento perante a vida revela-nos, todavia, a grande diferença entre os que se situam num modelo social dos primórdios do século XX e os que se integram na economia de mercado globalizante da sociedade da informação e do conhecimento.
Por toda a Europa se manifestam evoluções significativas quanto ao conteúdo a dar ao termo “qualidade em educação”. Todos os sistemas educativos tentam desenvolver procedimentos de qualidade, promover a qualidade de formação do seu corpo docente, fazer com que a educação e a formação sejam contínuas, isto é, ao longo da vida, bem com requalificar os gastos públicos com a educação, através de uma relação mais positiva entre custos e eficácia.
A formação da identidade do professor, o sentido da sua profissionalidade, constitui hoje uma das grandes preocupações das instituições formadoras e das associações profissionais e sindicais dos docentes, dadas as implicações da actuação profissional na prática social.
Um dos aspectos que ressalta da produção, em matéria educativa, oriunda dos organismos da Comunidade Europeia, reporta-se a uma clara e consensual percepção do que deve ser a formação de professores, com o objectivo de os preparar para assumirem a mudança permanente como uma das condicionantes do seu percurso profissional.
Porventura será lugar-comum afirmar-se que a escola sofreu, ao longo das últimas décadas, transformações profundas. Porém, não é menos apropriado anotar que poucas novidades se observam quando, no presente, entramos novamente numa sala de aula.
Vivemos uma época de mudanças e clivagens abruptas que acompanham as crises económicas, políticas e sociais a que, recentemente, temos assistido. Prever o futuro é uma tarefa nebulosa. Profundas alterações nos saberes, na organização das forças produtivas e nas tecnologias da comunicação e da informação apresentam-nos o longe cada vez mais perto e obrigam-nos a uma partilha global das matérias-primas, dos bens de consumo, dos padrões culturais e das políticas, as boas e as más, enquadrantes da designada economia de mercado.
A inteligência emocional é aquela que, para além de definir o nosso comportamento e as nossas atitudes, nos permite ser honestos connosco próprios e, consequentemente, com os outros.
Neste início de ano lectivo vale a pena lembrar que a escola é hoje uma complexa comunidade educativa pluridimensional, com características de limitada autonomia nas dimensões curricular, pedagógica e administrativa, sendo gerida com a participação da comunidade escolar e local e em interacção permanente com esta.
A educação não é uma dádiva dos deuses. A educação é uma obra assombrosa, fruto da frágil elaboração humana. Quando bem utilizada, reconhecemos-lhe a força e o vigor próprio das forças cósmicas.
A generalidade dos especialistas em políticas educativas têm vindo a considerar a gestão e administração escolar como uma área de profissionalidade com enorme futuro face às políticas de autonomia que se querem implementar nos sistemas educativos e que são uma recomendação prioritária da União Europeia.
Já referimos, neste jornal, e em diferentes momentos, que a escola pública é a maior conquista educacional da sociedade portuguesa das últimas quatro décadas. Uma escola democrática, inclusiva, de todos e para todos, que valoriza a cidadania, a aprendizagem, a formação e a educação de crianças e jovens.
Finalmente, é reconhecido, publicamente, que temos falhado na formação e actualização permanente dos docentes, ao longo da sua carreira profissional. E continuamos, também, a falhar na formação inicial de professores e de educadores, uma formação essencialmente virada para um saber académico, com escassa prática em trabalho desenvolvido dentro da escola e da sala de aula, ou seja, divorciada dos procedimentos diários da comunidade escolar e dos jovens que a integram.
No mês de todas as guerras o Ensino Magazine conseguiu viver momentos de profunda paz interior.
Para se defender um maior grau de igualdade, de liberdade e de autonomia na escola, é necessário ter em conta o contexto em que os docentes desempenham a sua actividade profissional, ou seja, perceber o que professores e alunos podem (ou não) fazer, enquanto membros de uma instituição viva e detentora de uma cultura organizacional singular.
Manda a tradição que se alinhavem duas ou três palavras nestes números de aniversário, sobretudo quando este é profundamente sentido, motivo de orgulho e de partilha de muitas cumplicidades com os leitores.
A formação da identidade do professor, o sentido da sua profissionalidade, constitui hoje uma das grandes preocupações das associações profissionais dos docentes, dadas as implicações dessa actuação profissional na prática social.
Para quem é a escola? É para os jovens, as crianças e os pais que todos os dias a procuram; para a população adulta que quer saber mais; para os desajustados que desejam ser reconvertidos; para os arrependidos que cobiçam reiniciar um novo ciclo da sua vida; para os que não tiveram oportunidade (porque a vida também sabe ser madrasta) e agora buscam o alimento do sucesso; para a sociedade e para o Estado que já não sabem (e não podem…) viver sem ela e é também para os professores e educadores que são a alma, o sal e o sangue de que se faz o dia-a-dia dessa grande construção colectiva.