No Dia do Autor Português, o Jornal Ensino Magazine esteve à conversa com a Vice-Reitora para a Comunicação, Promoção Institucional e Informação Documental da Universidade de Évora, Noémi Marujo, que partilhou os projetos em curso nos serviços da biblioteca da instituição, onde se destaca a valorização das obras dos docentes, investigadores e funcionários técnicos e administrativos e, ainda, a criação da Galeria dos Professores Eméritos.
Tem a tutela política dos Serviços de Biblioteca e Informação Documental (SBID) da Universidade de Évora. Que projetos tem para esses serviços?
Antes de mais, referir que nós temos cinco polos de bibliotecas que constituem um centro vital de apoio ao conhecimento, pois disponibilizam recursos informativos que sustentam o ensino e a investigação. Neste apoio estão, também, os recursos humanos que têm uma função bastante estratégica, uma vez que asseguram a mediação entre a comunidade académica e a informação, promovendo o acesso aos recursos disponíveis. E, portanto, um dos objetivos, quando assumi funções em março de 2024, consiste em reforçar os recursos humanos e a melhoria das condições de trabalho. Mas, tenho projetos que já estão a ser planeados e desenvolvidos como, por exemplo, a criação de uma biblioteca para obras da comunidade académica da Universidade de Évora e a Galeria dos Professores Eméritos.
Pode partilhar com o Ensino Magazine em que consiste esses dois projetos?
Claro. A biblioteca da comunidade académica consiste na criação de um espaço dedicado à valorização da produção intelectual da nossa Academia. Vai integrar obras publicadas por professores e investigadores que estão no ativo e que já se aposentaram, bem como publicações de funcionários técnicos e administrativos que, ao longo dos anos, também têm contribuído significativamente para a produção do conhecimento na nossa instituição. Ao integrar todos os segmentos da comunidade universitária, esta iniciativa promove uma cultura académica inclusiva e representativa. Mais do que uma simples coleção de livros, ela pretende ser um ponto de encontro entre gerações. Neste momento já temos o espaço físico e os recursos humanos estão empenhados no desenvolvimento do projeto. No futuro, esta coleção física será complementada por uma biblioteca virtual que vai permitir o acesso global a este valioso acervo. O projeto da Galeria dos Professores Eméritos é uma forma de reconhecer publicamente o contributo excecional de professores que deixaram uma marca na história da nossa Universidade. Vai consistir num espaço virtual, que contará com retratos, biografias e objetos documentais dos professores eméritos. A sua inauguração está prevista para setembro/outubro e será assinalada com a iniciativa “À Conversa com os Eméritos”. Estamos também a desenvolver a Galeria Virtual dos Reitores e vamos organizar, em novembro, uma Conferência sobre a temática das bibliotecas.
E tem outros projetos em mente para os SBID?
Sim, mas requerem uma maior planificação. O arquivo, por exemplo, precisa de ser modernizado. É um projeto ambicioso em que é necessário um grande investimento financeiro e, portanto, é preciso o apoio de candidaturas. Estamos a estudar cuidadosamente as possibilidades de financiamento, nomeadamente através de candidaturas a programas de apoio nacionais. É um processo que requer tempo, estratégia e colaboração institucional. Há outros projetos, mas primeiro as prioridades. Por exemplo, alguns polos da biblioteca estão com falta de livros em algumas áreas de ensino, e é necessário reunir com a direções das unidades orgânicas e direções de departamento para solucionar esta situação.
Os SBID também têm um papel importante na promoção e organização de exposições?
Os SBID têm, de facto, um papel relevante na promoção e organização de exposições. Na minha opinião, estas iniciativas são essenciais para a difusão do conhecimento, valorização do património académico e, também, para uma maior proximidade entre a universidade e a sociedade. Os SBID organizam exposições próprias como, por exemplo, neste momento estamos a organizar uma mostra dedicada às professoras eméritas da Universidade de Évora. Adicionalmente acolhemos exposições de docentes, investigadores e estudantes da instituição. Mas, também, exposições em parceria com organizações externas. No entanto, a prioridade é dada às iniciativas internas.
Para terminar, qual é o seu autor português preferido e que livro português está a ler?
Para ser sincera, não tenho. Gosto de descobrir diferentes vozes e estilos. Neste momento, estou a ler “Mulheres fortes também choram”, de Isabel Baía Marques.