O Laboratório HERCULES – Herança Cultural, Estudos e Salvaguarda da Universidade de Évora (UÉvora) foi palco, esta semana, do lançamento a nível nacional do programa Ciência Viva no Laboratório, disse ao Ensino Magazine aquela academia.
Ciência Viva no Laboratório é um programa de estágios de verão "para estudantes do 9º ao 12º ano do Ensino Secundário e Ensino Profissional, que oferece aos jovens a oportunidade de estagiar gratuitamente nas mais prestigiadas instituições científicas nacionais".
O programa, que celebra em 2025 a sua 29.ª edição, já permitiu a milhares de estudantes por todo o país enriquecer o seu conhecimento científico através de estágios gratuitos em instituições de investigação e empresas com atividade em I&D. Nesta edição, participam 76 instituições, com 294 estágios disponíveis para 849 jovens do 9.º ano ao ensino profissional.
Em nota, a Universidade refere que a sua participação "nesta ação reforça o seu papel na promoção da ciência aberta, da interdisciplinaridade e da ligação entre ensino secundário e ensino superior, contribuindo para a formação de novas gerações de cientistas e para o aprofundamento do conhecimento do património cultural português através das ciências".
A iniciativa contou com as presenças de Vítor Nogueira, Pró-Reitor para a Transformação Digital e Ciência Aberta da Universidade de Évora, António Candeias, Diretor do Laboratório HERCULES, Ana Noronha, diretora executiva do programa Ciência Viva, e Teresa Ferreira, docente do Departamento de Química e Bioquímica da UÉvora e investigadora responsável pela ação Ciência Viva no Laboratório intitulada Holy Bodies | As relíquias vistas pelos cientistas.
Durante uma semana, "os quatro estudantes do ensino secundário que integram este estágio científico, promovido por uma equipa interdisciplinar de investigadores da Universidade de Évora — incluindo os centros de investigação HERCULES, CIDEHUS e ARTÉRIA Lab — e da Universidade Aberta, contactam com diferentes níveis de conhecimento da ciência. A equipa que os recebe reúne especialistas nas áreas da História, História da Arte, Antropologia Forense, Química e Digitalização 3D com realidade virtual, oferecendo aos participantes a oportunidade única de analisar relíquias — ossos com séculos de idade — e desconstruí-las a partir de múltiplas perspetivas científicas", acrescenta a mesma nota.
Teresa Ferreira, docente da UÉvora e investigadora responsável pela ação, em informação partilhada com o Ensino Magazine, explica que “o estágio tem como objetivo abrir horizontes aos alunos do ensino secundário, relacionando os conteúdos programáticos das suas disciplinas com uma experiência prática e interdisciplinar no laboratório, na biblioteca e em espaços patrimoniais como o Convento dos Remédios.”
No seu entender, “o Laboratório HERCULES dispõe de uma infraestrutura muito rica e de uma dinâmica de investigação que envolve alunos de mestrado, doutoramento e estágio, o que proporciona aos jovens estagiários um contacto direto com diferentes níveis e áreas do conhecimento científico.” Os alunos terão ainda visitas de estudo para contextualizar a história da arte dos relicários em igrejas de Lisboa, aprofundando a vertente interdisciplinar do estágio.