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Diretor Fundador: João Ruivo Diretor: João Carrega Ano: XXVIII

Universidade UÉvora: Desafios e riscos da ciência

10-12-2025

A Universidade de Évora, através da Assembleia do Instituto de Investigação e Formação Avançada (IIFA) - com o apoio do Ensino Magazine - , promoveu, no dia 20 de novembro de 2025, o Encontro “Política Científica Nacional: Oportunidades, desafios e Riscos”. Uma iniciativa que decorreu no auditório do Colégio do Espírito Santo, na Universidade de Évora, e que reuniu investigadores, professores e personalidades marcantes da política científica das últimas décadas no nosso país.
A fusão da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) com a Agência Nacional de Inovação (ANI), na nova Agência para a Investigação e Inovação (AI2), foi um dos aspetos mais discutido. Neste que foi o primeiro grande debate sobre a reforma anunciada pelo Governo do sistema científico nacional participaram diferentes personalidades como Eduardo Marçal Grilo (ministro da Educação entre 1995 e 1999, e membro cooptado da Assembleia do IIFA); Carlos Mota Soares (Presidente do Conselho Geral da Universidade de Évora entre 2018 e 2020, e membro cooptado da Assembleia do IFAA),Hermínia Vasconcelos Vilar (reitora da Universidade de Évora); Ricardo Carvalho (estudante de doutoramento); Rui Salgado (diretor do IIFA); José Mirão (presidente da Assembleia do IIFA); José Ferreira Gomes (secretário de Estado do Ensino Superior e da Ciência, entre 2013 e 2015); Maria de Lurdes Rodrigues (ministra da Educação entre 2005 e 2009, e reitora do ISCTE); Helena Pereira (Presidente da FCT entre 2019-2022); António Coutinho (diretor do Instituto Gulbenkian de Ciência, entre 1998 e 2012); Carlos Oliveira (secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação entre 2011 e 2015); Mário Figueiredo (professor catedrático do IST da Universidade de Lisboa) e Lino Fernandes (presidente da Agência de Inovação nos períodos 1996-2002 e 2005-2012).
O encontro permitiu auscultar as diferentes sensibilidades acerca de a necessidade de uma reforma, cuja proposta governamental não gera consensos, sobretudo no que respeita à fusão daquelas duas instituições, que apresentam modos de funcionamento diferentes, deixando, aparentemente de fora, a investigação desenvolvida no âmbito das ciências sociais e humanas.
A precaridade laboral dos investigadores e o pouco financiamento do setor também estiveram em cima da mesa. No entender dos oradores "é importante que o país invista 3% do PIB no setor (1% pelo Estado e 2% pelas empresas), numa percentagem que ainda está longe de ser atingida. Se houver vontade política, o Governo deveria alocar 1% do PIB para a ciência, dando um sinal ao Sistema Científico nacional". Foi ainda criticado o facto das verbas passarem a depender também do ministério da Economia, o que pode trazer riscos de serem empregues noutras áreas que não a ciência.
Os participantes no debate alertaram ainda para o facto de ser necessário ouvir os especialistas da área para se tomarem decisões políticas, até porque é perigoso pensar que a investigação gera sempre inovação.

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