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Universidade Sérgio Godinho é novo doutor Honoris Causa da UBI

09-10-2025

“Hoje, celebramos em conjunto, a Academia, os desafios de um novo ano académico e num momento especial, a cultura, homenageando Sérgio Godinho, numa proposta apresentada pela Faculdade de Artes e Letras e acolhida com entusiasmo por toda a comunidade académica”. Foi deste modo que Ana Paula Duarte, reitora da Universidade da Beira Interior (UBI), deu início, no dia 8 de outubro, à cerimónia de abertura do ano académico, que teve como ponto alto a atribuição do título de Doutor Honoris Causa ao músico português - foi madrinha Anabela Mota Ribeiro.

A sessão, que decorreu no auditório da Faculdade de Ciências da Saúde, ouviu um Sérgio Godinho com humor afinado, mas emocionado. "Recebo esta distinção com imenso orgulho e alegria” na Covilhã, cidade que me é “tão próxima, por razões afetivas e familiares”, começou por referir o novo ubiano. Na sua intervenção recordou os seus companheiros de estrada. “Não vim até aqui sozinho, disso sei eu”, enumerando depois uma lista dos que fizeram – e fazem – parte da sua carreira, casos de Zeca Afonso, José Mário Branco, Manuel Freire, Carlos Paredes, Fausto, Vitorino, Jorge Palma, Clã, Rui Veloso, Márcia, Capicua ou Samuel Úria.

“Quem diz que a música portuguesa não é pujante, não sabe do que está a falar”, reforçou.

Como referiu chegou a um momento da sua vida em que fez 80 anos e tem dois doutoramentos (o outro Honoris Causa foi atribuído no ano passado pela Universidade de Aveiro). “Continuo ativo em várias frentes. Continuo assim esta vida de artista, sem saber como parar, mas esperando saber quando parar. Está tudo em aberto”, disse.

No entender de Ana Paula Duarte, “Sérgio Godinho é um exemplo do engenho e da arte, da capacidade de criar, de inovar, de pensar, de ousar, de agir, um exemplo do que procuramos, diariamente, transmitir aos nossos estudantes. Que o seu percurso e o exemplo do artista, inspirem as novas gerações. Neste, que é o seu primeiro dia do resto da sua vida na família Ubiana, que nos ajude a afirmar uma Universidade dinâmica, inclusiva e de olhos postos no futuro”.

Tendo como madrinha Anabela Mota Ribeiro, Sérgio Godinho subiu ao palco onde foi aplaudido, como ao longo dos anos. Ao contrário do habitual, não foi pelas canções, mas pelo tributo da UBI. As canções, no entanto, não ficaram arredadas na intervenção, tendo falado delas no seu discurso: “A canção é a união de facto entre duas formas de expressão, chamemos-lhe ‘artes’ para simplificar. A canção começa a acontecer no conhecimento mútuo, no diálogo, nas zangas, nos gestos de amor e de interrogação, no acasalamento improvável dessas duas entidades: palavra e música”. E sobre a forma como as trabalhou, disse à plateia: “As palavras organizam-se em frases, antes de tudo o resto. Fui encontrando a sua música própria, aquela que andava pelos ares, à procura de saber em que mão pousar”.

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