A Universidade de Évora acolheu, nos dias 10 e 11 de julho, a 11.ª edição do Congresso Nacional de Práticas Pedagógicas no Ensino Superior (CNaPPES). O evento reuniu 191 participantes.
Num encontro onde foram apresentadas 121 comunicações, a reitora da Universidade de Évora lembrou que “não existe uma resposta fácil para a questão ‘o que é ser professor?. As gerações mudaram, os contextos transformaram-se, e as exigências colocadas à docência passam, por exemplo, pela integração da inteligência artificial nas práticas educativas. O ensino está a mudar e temos de pensar, juntos, as respostas. Este congresso é precisamente um espaço para isso”.
Hermínia Vilar lembrou que “há vinte anos, refletir sobre as práticas pedagógicas no Ensino Superior era quase impensável; não se discutiam metodologias de ensino nem formas de aprendizagem, mas os desafios atuais exigem uma mudança de paradigma”.
O Congresso contou com a presença da secretária de Estado do Ensino Superior, Cláudia Sarrico, para quem “a pedagogia tem um impacto direto no sucesso académico e no bem-estar dos estudantes”.
Citada na nota enviada pela Universidade de Évora ao Ensino Magazine, a governante sublinhou o facto do número de estudantes no ensino superior ter atingido um novo máximo em 2023/24.
Cláudia Sarrico mostrou-se preocupada com o abandono dos estudantes no ensino superior. “Os dados mostram que cerca de 11% dos estudantes de licenciatura abandonam o sistema após o primeiro ano, por razões sociais, pessoais, mas também pedagógicas e académicas”. Para contrariar esses números realçou a importância de práticas pedagógicas inovadoras e da articulação entre ensino, apoio social e bem-estar. “A igualdade de oportunidades no ensino superior exige uma visão integrada — só assim conseguimos garantir acesso com sucesso", disse.
Recorde-se que, o CNaPPES tem sido realizado em várias cidades do país, de norte a sul, tendo passado por instituições no Porto, Leiria, Lisboa, Setúbal, Braga, Santarém, Aveiro, Coimbra e Faro.
Citada na mesma nota, Ana Paula Canavarro, vice-reitora para a Educação e Inovação Pedagógica da UÉvora, mostrou-se satisfeita com a realização do Congresso na academia alentejana. “Este encontro tem permitido apresentar, questionar, refletir e aprender entre e com os pares, promovendo uma reflexão conjunta entre docentes e investigadores sobre práticas pedagógicas. A edição deste ano alargou essa reflexão a temas emergentes como o uso pedagógico da inteligência artificial ou a educação para a inclusão. Simultaneamente, abriu espaço à partilha de experiências no âmbito dos projetos financiados pelo PRR, como os centros transversais de apoio à aprendizagem e ao ensino”, disse.