O professor do Departamento de Paisagem, Ambiente e Ordenamento da Universidade de Évora e Titular da Cátedra Rui Nabeiro - Biodiversidade da Universidade de Évora (UÉ), Miguel Bastos Araújo, acaba de ser galardoado com o prémio internacional “Marsh Award for Climate Change Research”.
O galardão - que será entregue na Reunião Anual da Sociedade Britânica de Ecologia que decorre de 10 a 13 de dezembro, no centro de convenções de Liverpool (Inglaterra) - é atribuído anualmente pela Sociedade Britânica de Ecologia com vista a reconhecer um trabalho de investigação de excelência com impacto significativo no desenvolvimento da ciência da ecologia ou na sua aplicação.
Citado na nota enviada à nossa redação pela Universidade, Miguel Araújo diz-se “honrado por ter recebido vários prémios nacionais e internacionais de prestígio ao longo da minha carreira. No entanto, dado que realizei a maior parte da minha formação académica na Grã-Bretanha, ser reconhecido pela British Ecological Society pela minha investigação tem um significado especial para mim”.
O docente e investigador revela, na mesma nota, que a sua investigação “é mais conhecida pelo desenvolvimento de modelos de distribuição de espécies, que assumem que as espécies respondem a fatores ambientais, como o clima, de uma forma individualista. Estes modelos baseiam-se na premissa de que, embora as interações bióticas influenciem a ocorrência e a coexistência de espécies a nível local, o seu impacto macroecológico é mínimo quando comparado com os principais fatores ambientais. Recentemente, começámos a investigar as interações bióticas de uma perspetiva diferente. Em vez de nos concentrarmos na forma como estas interações podem afetar a distribuição de espécies individuais, estamos a examinar a forma como as interações bióticas são influenciadas pelo ambiente. Por exemplo, se o clima influencia os tipos de interações bióticas num determinado local, podemos mudar o foco das nossas previsões e abordar uma questão muito mais importante. Em vez de prever como as espécies respondem às alterações ambientais, o nosso objetivo é prever como as alterações ambientais irão alterar a composição e a função dos conjuntos de espécies”.
A UÉ recorda que Miguel B. Araújo foi primeiro português a surgir no ranking que apresenta os mil cientistas climáticos mais proeminentes do mundo. "É também um biogeógrafo que se dedica a compreender a distribuição espacial e temporal da vida e as razões subjacentes a estes padrões, utilizando para tal uma vasta gama de abordagens baseadas em dados e em modelos, explorando a forma como o clima influencia a distribuição das espécies e as propriedades emergentes dos conjuntos de espécies, destaca-se pela forma como o seu trabalho científico integra dimensões espaciais e temporais, com um enfoque principal nos impactos das alterações climáticas passadas, presentes e futuras nos sistemas biológicos da Terra".