Bernard Feringa, Prémio Nobel da Química em 2016, participou, na Universidade de Évora (UÉ), na 5ª edição do International Symposium on Synthesis and Catalysis (ISySyCat). A iniciativa decorreu entre os dias 5 e 8 de setembro, no Auditório Nobre do Colégio do Espírito Santo.
Dirigindo-se aos alunos e investigadores, o químico orgânico laureado com o Prémio Nobel em 2016 na sequência do trabalho desenvolvido em máquinas moleculares, em conjunto com Jean-Pierre Sauvage e Fraser Stoddart, foi claro: “Se os jovens estudantes e investigadores querem contribuir para uma sociedade sustentável no futuro, o caminho passa pela química, mas também pelas ciências técnicas e naturais, pois estas são fundamentais para conseguir fazer a diferença”.
Citado na nota enviada ao Ensino Magazine pela UÉ, Bernard Feringa considera que “temos de construir os nossos produtos de uma forma sustentável, não pensar apenas na energia, mas também na forma como produzimos tudo aquilo que utilizamos no nosso quotidiano. E as universidades são o melhor local para fazer a diferença, é onde podemos encorajar os jovens a fazer descobertas científicas. Quando estudamos química, ciências naturais, engenharia, temos o poder de fazer a diferença, porque fazemos descobertas para o futuro”.
O Prémio Nobel de 2006 falava para uma plateia de mais de 200 pessoas, provenientes de todo o mundo. “Nós investigadores temos o conhecimento, baseado em evidências e dados científicos e em experiências laboratoriais, e que resultam de anos e anos de pesquisa, por isso cabe-nos a nós, investigadores, mudar a química, mais além do horizonte, e contribuir para uma sociedade sustentável”.
O encontro que a Universidade de Évora acolheu pela quinta vez consecutiva, colocou em debate temas de relevância para a comunidade académica, mas também para a indústria farmacêutica, num total de 19 palestras e 54 flash talks e três sessões de posters.
Citado na mesma nota, Anthony Burke, presidente do Comité Científico do ISySyCat, destaca a relevância da realização deste congresso de dimensão internacional para a Universidade de Évora, uma vez que traz à discussão temas transversais a várias áreas do conhecimento lecionadas na UÉ. Também na mesma nota, José Eduardo Castanheiro, Diretor do Departamento de Química e Bioquímica da UÉ, realça o impacto que um congresso desta natureza tem nos estudantes e investigadores da instituição que se dedicam às matérias discutidas durante as sessões do ISySyCat, um espaço de difusão e partilha das últimas descobertas científicas no ramo da química.
Finalmente, Hans-Jurgen Federsel, membro do Comité Científico do ISySyCat e investigador no RISE Research Institutes of Sweden, sublinha que a Universidade de Évora “é o sítio ideal para todos aqueles que se dedicam à química orgânica”, tendo marcado presença em quatro das cinco edições. “Faço parte do ISySyCat desde a primeira edição, em 2015, comecei como orador e agora integro também o Comité Científico, adoro ser parte integrante deste encontro. A organização do congresso tem conseguido trazer excelentes profissionais que contribuem com bastante qualidade para as palestras”, concluiu.
O ISySyCat realiza-se a cada dois anos e a Universidade de Évora tem sido a entidade anfitriã desde a primeira edição.