O presidente do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), Luís Loures, considera que a alteração das regras de acesso ao Ensino Superior coloca em causa a coesão territorial e prejudica os alunos de famílias mais desfavorecidas.
“Entendemos que esta alteração não trouxe nada de positivo ao país, não contribui para a coesão territorial e tem um impacto muito significativo na vida das famílias, especialmente das mais desfavorecidas”, criticou.
Com um peso mais elevado dos exames, Luís Loures exemplificou que, “enquanto uma família de classe média alta tem condições para pagar uma explicação em três ou quatro matérias, uma família de classe média baixa não tem, colocando estes estudantes numa situação de desigualdade e maior dificuldade de ingresso”.
O IPP colocou, nesta 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES), 337 alunos, num total de 631 vagas, tendo ficado 294 vagas por preencher.
Em comunicado, o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos indicou que os cerca de 14 mil alunos colocados no subsistema politécnico representam “uma redução significativa face ao ano transato”.
A taxa de colocação nos institutos politécnicos ficou pelos 63% e a situação é mais grave nas instituições do interior do país, “onde a queda do número de alunos coloca em causa a sustentabilidade de algumas áreas de formação”, referiu.
Na 1.ª fase do CNAES ficaram colocados 43.899 estudantes, o que corresponde a uma diminuição de 12,1% em relação a 2024.
Este ano houve menos 9.000 candidatos ao ensino superior, não chegando aos 50.000.