O Produto Interno Bruto (PIB) per capita de Leiria e Oeste poderá atingir 30.100 euros em 2035, aproximando-se de 6% do PIB nacional, caso a região adote um modelo de transformação centrado no conhecimento. Esta é a conclusão do cenário mais otimista do estudo ‘Prospetiva 2035 - Três Cenários para o Futuro de Leiria e Oeste’, divulgado a 1 de abril pelo Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria).
O estudo, promovido pela Estrutura de Missão para o Desenvolvimento do Ecossistema de Leiria & Oeste (EM@IPLeiria), que envolve mais de 800 participantes de 24 municípios, empresas e outras entidades, apresenta três cenários. O Cenário I (continuidade) prevê um PIB per capita de 25.163€ em 2035, mantendo a região abaixo da média nacional. O Cenário II (modernização e captação de talento) aponta para 27.938€. O Cenário III (transformação centrada no conhecimento), o mais ambicioso, estima 30.100€, um aumento de quase 20% face ao cenário base.
Este salto competitivo, segundo o estudo, dependeria da criação de uma universidade de excelência na região, articulada com um Instituto Europeu de Inovação e Ciência, para ligar conhecimento, talento e indústria. Carlos Rabadão, presidente do IPLeiria, salientou que a ausência de ensino universitário pleno é um constrangimento atual. O ministro da Educação, Fernando Alexandre, presente no evento, concordou que "faz sentido ter uma universidade" no território e elogiou o exercício prospetivo. Os representantes das CIM Oeste e Leiria, Gonçalo Lopes, e da COTEC, Jorge Portugal, também apoiaram a ideia.
O documento ‘Prospetiva 2035 - Três Cenários para o Futuro de Leiria e Oeste’ representa a síntese da primeira fase dos trabalhos, centrada na identificação das variáveis sistémicas e dos fatores críticos de mudança, permitindo a construção dos cenários prospetivos. A segunda fase, atualmente em curso, está focada na operacionalização e monitorização de um conjunto estruturado de projetos-piloto que permitirão testar e validar soluções inovadoras para os desafios identificados.
A terceira fase será dedicada à escala dos resultados dos projetos-piloto bem-sucedidos, consolidando as soluções validadas e promovendo a sua expansão para outros contextos dentro do território. Para isso, será potenciada a criação de um Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia, que atuará como suporte ao desenvolvimento de Parques de Ciência e Tecnologia em Leiria e Oeste.