Os estudantes da licenciatura em Design de Comunicação do Politécnico de Portalegre apresentaram, na sala de conferências do Hospital de Portalegre, um conjunto de propostas de sinalética desenvolvidas para o 6.º piso da unidade hospitalar, que acolhe os serviços de Pediatria e Ortopedia.
A apresentação foi feita a membros da administração do hospital, bem como a profissionais de saúde responsáveis pelos dois serviços envolvidos, que acompanharam com interesse as propostas dos estudantes e partilharam contributos importantes para o desenvolvimento futuro das soluções.
Os projetos foram realizados no âmbito da unidade curricular de Design de Informação, lecionada pela professora Vanda Correia, tendo como objetivo propor soluções visuais eficazes, acessíveis e adequadas ao contexto hospitalar.
Recorde-se que, num outro âmbito, os estudantes do Politécnico desenvolveram um novo ambiente gráfico para o teto da sala do Serviço de Urgência do Hospital de Portalegre.
A iniciativa, intitulada “Design Urgente”, resulta de uma parceria entre o Serviço de Urgência do Hospital de Portalegre e os estudantes de mestrado em Design de Identidade Digital, da Escola Superior de Tecnologia, Gestão e Design (ESTGD) do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP).
Em declarações à agência Lusa, Vera Barradas, docente no IPP, começou por explicar que este projeto envolve 16 alunos e o desafio passa por criar um ambiente que atenue a espera dos utentes que se encontram nas macas, “em situações variadas”, mas “sempre a olhar para o teto”.
Para Vera Barradas, este é um projeto que acarreta “vários desafios” e que vai “muito além” de decorar um teto, uma vez que “não se consegue prever o público-alvo, nem a patologia ou idade” dos utentes que vão ser confrontados com este trabalho.
“Nos temos de ter a certeza que aquilo que estamos a criar irá interferir, de forma positiva e eficaz, num sentimento de calma, serenidade, esperança para as pessoas que estão naquele serviço”, acrescentou.
A docente do IPP explicou que está também a ser desenvolvido um vídeo sobre a visita que efetuaram ao hospital e, em relação às propostas que têm surgido para decorar o teto, até ao momento, têm todas “forma abstrata”.
“Temos de jogar com a memória das pessoas, algo figurativo poderia apelar a memórias que, naquele momento, podem não ser positivas e temos trabalhado muito a psicologia da cor e da forma”, disse.
No âmbito do projeto, os estudantes participaram ainda numa ‘masterclass’ orientada pelo designer Miguel Aboim, subordinada ao tema “Estratégias de Design para ambientes inclusivos”, que trouxe uma abordagem “crítica e sensível” à criação de espaços pensados para todos.
“Além da imagem, os alunos vão também propor algo sobre o som, para atenuar os ruídos associados a um hospital”, indicou Vera Barradas.
A luz é outro dos fatores que vai ser trabalhado no projeto, pelos alunos: “Soubemos que o hospital já tem prevista uma adaptação da iluminação à luz do dia e da noite, o que é excelente, e nós vamos também trabalhar no sentido da luz”, acrescentou.
A docente disse esperar que o projeto possa ficar concluído no “início de junho”, para que sejam, depois, apresentadas as propostas desenvolvidas à administração da Unidade Local de Saúde do Alto Alentejo.
Este projeto, admitiu, poderá também ser alargado a outras áreas do serviço de urgência, como a sala de espera, sendo depois essa área desenvolvida de uma forma “mais lúdica”.