O Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) vai desenvolver um projeto de promoção da saúde mental e bem-estar da comunidade estudantil, sobretudo junto dos alunos de primeiro ano, até setembro de 2026.
“Pretendemos agir precocemente na identificação dos vários fatores de risco e, de alguma forma, prevenir o agravamento de situações de doença mental”, explicou à agência Lusa a vice-presidente do Politécnico Ana Ferreira.
Segundo a dirigente, o projeto “+ SaBe: + Saúde e Bem-estar” já está em execução e encontra-se dividido em três grandes objetivos, que visam tornar os estudantes mais resilientes e capazes de se autorregularem emocionalmente.
O objetivo do IPC é o de que o projeto contribua para o sucesso do percurso académico e reduza o abandono escolar, previna, trate e reabilite os estudantes com doenças mentais, além de os capacitar com competências sócio emocionais e estratégias de combate aos fatores de risco.
A criação de um centro de recursos psicopedagógicos e de inclusão, com técnicos especializados e materiais para apoiar estudantes com necessidades específicas e diferenciadas, é uma das principais ações a desenvolver.
As outras duas passam pelo reforço do número de consultas de psicologia e psiquiatria, que já são disponibilizadas pelo IPC, e pelo estabelecimento de um protocolo com o Centro de Responsabilidade Integrada da Psiquiatria da Unidade Local de Saúde de Coimbra para darem respostas e acompanhamento especializado para as situações mais graves.
Entre as ações a desenvolver até setembro de 2026, destaca-se também o programa de mentoria em formação entre pares - “já que muitas dificuldades se devem à integração dos estudantes, que depois desenvolvem outras questões de saúde mental” - sessões de trabalho e diagnóstico relativamente aos fatores de risco psicossociais.
O projeto “+ SaBe: + Saúde e Bem-estar” inclui ainda a dinamização de atividades desportivas e a criação de um circuito de manutenção pedestre na Escola Superior Agrária para exercício físico ao ar livre.
É aberto a todos os estudantes, mas com o foco nos alunos do primeiro ano, “que chegam com determinadas características que fazem com que, a determinada altura do percurso, andem mais desorientados por questões de integração” e falta de apoio, sobretudo nos estudantes deslocados.
A vice-presidente do IPC salientou que as associações de estudantes das várias escolas vão ser parceiros estratégicos e fundamentais na divulgação e participação dos alunos no projeto, que nasceu devido ao aumento da procura destes serviços referenciados pelos serviços de ação social e provedor do estudante.
O projeto é financiado em 318.423,60 euros pelo Programa de Promoção da Saúde Mental no Ensino Superior e envolve a Unidade de Saúde e Bem-Estar dos Serviços de Ação Social, o Serviço de Saúde Ocupacional e Ambiental e o Gabinete de Desporto do IPC, que é constituído por seis escolas superiores e frequentado por cerca de 11 mil alunos.