Este website utiliza cookies que facilitam a navegação, o registo e a recolha de dados estatísticos.
A informação armazenada nos cookies é utilizada exclusivamente pelo nosso website. Ao navegar com os cookies ativos consente a sua utilização.

Diretor Fundador: João Ruivo Diretor: João Carrega Ano: XXVII

Investigação Politécnico de Coimbra com patente para transformação do sorelho

03-03-2021

O Politécnico de Coimbra tem uma patente submetida sobre processo de transformação de sorelho. O anúncio foi feito ao Ensino Magazine e esta inovação permitirá a diminuição do impacte ambiental e a valorização do principal subproduto da produção de requeijão, cujo tratamento é muito dispendioso.

Na nota enviada à nossa redação, o Politécnico de Coimbra explica que a “nova solução encontrada baseia-se na obtenção de um Concentrado Líquido de Sorelho (CLS). Este produto é rico em proteína e gordura e pode ser usado para produzir molhos para saladas ou bebidas lácteas fermentadas, uma vez que as proteínas do soro são consideradas das melhores proteínas do ponto de vista nutricional”.

Com a coordenação de vários investigadores da Escola Superior Agrária (ESAC), esta invenção integra o portfólio de Propriedade Intelectual do Politécnico de Coimbra. As quatro unidades piloto da ESAC, permitem processar soro e sorelho, bem como realizar testes com outros subprodutos da indústria alimentar.

O IPC recorda que se o sorelho for “eliminado no ambiente sem tratamento ficará um subproduto poluente, devido sobretudo à sua riqueza em lactose (cerca de 4%), mas esta sua nova transformação traduz-se em produtos de valor acrescentado com baixos custos de produção e baixos consumos energéticos”.

Citado na mesma nota, Carlos Dias Pereira, investigador da Escola Superior Agrária do Politécnico de Coimbra, revela que “a solução permite a aplicação de processos de separação seletiva pouco dispendiosos em custos de capital e de funcionamento, quando comparados com os tradicionais processos de concentração seguidos de desidratação”.

O docente sublinha que a “a valorização deste subproduto afigura-se como uma solução eficiente ao possibilitar a obtenção de produtos de valor acrescentado, diversificando o portfólio de produtos das empresas e diminuindo o impacte ambiental através da eficiência energética dos processos produtivos”.

O CLS é conseguido através da aplicação de tecnologias de filtração tangencial, nomeadamente a ultrafiltração, um processo de concentração seletiva de proteínas e que permite separação de outros componentes como sejam a lactose e os sais.
De acordo com o IPC, “o processo de obtenção de Concentrado Líquido de Sorelho tem aplicação nas Pequenas e Médias Empresas (PME) do setor dos lacticínios associadas à produção de queijo e de requeijão que, na sua generalidade, processam leite de ovelha e/ou cabra para o fabrico de queijo”.

Na nota enviada à nossa redação, é explicado que o processo exige o investimento em equipamentos de filtração tangencial. Os custos de aquisição variam, dependendo da quantidade de sorelho que se pretenda processar.

De acordo com o IPC, “justifica-se o investimento nas empresas que pretendam processar mais de 1000 litros de sorelho diariamente e estima-se que numa unidade que processe valores da ordem de 1000 litros de leite por dia, o investimento em equipamentos ronde os 50 mil euros. As empresas que produzem queijo de vaca raramente fazem requeijão a partir do soro desse queijo, pois o rendimento é muito baixo e não compensa os custos de produção. Contudo, esta técnica de ultrafiltração pode também servir para concentrar esse soro, aumentando o seu teor em proteína e possibilitando o aumento do rendimento do fabrico de requeijão”.

Voltar