Os alunos da Escola Superior de Artes Aplicadas (Esart), na licenciatura de música, variante guitarra portuguesa, vão ter a oportunidade, de conceberem e executarem um trabalho musical que será gravado em disco. A novidade é que essa gravação, a sua inserção no circuito discográfico e a apresentação da obra e compositor junto do grande público será feita de forma gratuita.
O projeto tem como promotor Custódio Castelo, docente da única licenciatura em guitarra portuguesa existente no país. Para além de um forte incentivo e estimulo aos recém-diplomados, esta iniciativa, que começará a ter efeitos a partir do final deste ano letivo, é, no entender do seu promotor, “um complemento formativo inovador no ensino superior especializado da música”.
O anúncio do projeto foi feito ao Ensino Magazine pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco. Na nota enviada, a instituição explica que “os artistas emergentes passam a dispor de um instrumento com que podem divulgar e promover o seu trabalho, facilitando-se a entrada no mundo das artes do espetáculo.
O Politécnico aponta ainda como uma mais valia deste projeto, “o estímulo à composição”, o que constitui “um manifesto em defesa da música portuguesa, visando evitar que os custos financeiros não condicionem a componente criativa, servindo de montra e embrião para êxitos futuros”.
Para a concretização deste projeto e para que o mesmo tenha continuidade, a o IPCB destaca as parcerias estabelecidas com a Câmara de Castelo Branco, que através da Fábrica da Criatividade disponibilizará uma box a cada guitarrista, bem como os técnicos necessários na captação do som; e com a World Music Records, a qual fará a masterização e distribuirá o álbum em todo o mundo através das plataformas digitais, fazendo ainda a ponte com os media.
Custódio Castelo, promotor da iniciativa, assumirá a supervisão do projeto e conduzirá as gravações e a produção em estúdio.
De acordo com o IPCB, o processo para adesão a este projeto é simples. “Os estudantes da classe de guitarra portuguesa poderão avançar com um projeto de portefólio musical, sendo elegíveis os que de momento se encontrem a frequentar o terceiro ano da licenciatura”. Diz a instituição que para facilitar “a gestão técnica e criativa, permite-se que o processo avance antes de concluído o primeiro ciclo do ensino superior. Confirmados que estão os primeiros três licenciados participantes, para a edição de estreia também foram convidados os diplomados sem nenhum álbum gravado até agora”.
Para participarem neste projeto, os candidatos devem fornecer “o título, um texto descritivo a traduzir para inglês e uma fotografia de qualidade”.
O desafio lançado aos alunos passará pelo registo/apresentação de oito temas, sendo que quatro devem ser originais ainda inéditos e os restantes compostos por autores já consagrados. Este resgato poderá ser feito “a solo ou convidando outros músicos e formações, sem esquecer os instrumentos que se possam associar à guitarra portuguesa, replicando abordagens multidisciplinares comuns na busca de novas paisagens sonoras”, refere o IPCB.