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Opinião A Festa da Espiga na Universidade de Évora

Na Universidade de Évora, a Festa da Espiga assume um caráter muito especial, estreitando laços entre funcionários técnicos e administrativos, docentes e investigadores. Enraizada na cidade de Évora e numa região marcada pela ruralidade e pelo património (material e imaterial), esta tradição é integrada de forma genuína no quotidiano institucional da universidade.

Num tempo em que a Academia se vê pressionada por metas, projetos, avaliações e prazos, a celebração da Festa da Espiga surge como uma lufada de ar fresco que revitaliza o convívio académico. Mais do que um simples momento festivo, é uma pausa significativa que reafirma a importância do encontro, da convivência e da valorização humana no seio da vida universitária.

Organizada pelo Clube Universitário de Évora e pelos Serviços de Ação Social da Universidade de Évora (SASUE), com o apoio de alguns funcionários técnicos e administrativos e, também, da Reitoria, a iniciativa é um momento simbólico para lembrar que a instituição, antes de tudo, é feita de pessoas. Quando reitoria, professores, investigadores, funcionários técnicos e administrativos se reúnem para celebrar o Dia da Espiga, não estão apenas a partilhar sabores gastronómicos e memórias. Estão a afirmar que o conhecimento académico não reside apenas nos livros, nos laboratórios de investigação ou nas salas de aula. Ele emerge também nos encontros informais, na troca de experiências culturais e sociais, e na criação de vínculos que reforçam o sentimento de pertença à Academia.

A Universidade de Évora comemora a Festa da Espiga há vários anos. Em 1994, através de um despacho, o então Reitor Jorge Araújo convidava toda a comunidade a participar na celebração, reconhecendo o seu valor simbólico e integrador. Ao dar continuidade a esta tradição, a Universidade mostra que a Academia pode – e deve – ser um espaço onde se honra o passado, se constrói o presente e se prepara o futuro com um espírito de comunidade académica. Às vezes, fazer uma pausa para celebrar em conjunto é, também, um verdadeiro ato de progresso.

A Festa da Espiga é, assim, um acontecimento social que promove novas sociabilidades académicas e a criação de laços de amizade. Ela rompe com a rotina habitual e celebra a dimensão social da vida universitária. Como defendo no meu livro “Turismo, Turistas e Eventos – da Teoria à Prática” (2015), eventos como este contribuem para reforçar os processos de comunicação coletiva e integração social.

Que o ramo de espiga académico - com as Espigas (pão), Papoilas (amor e vida), Malmequeres (riqueza e prosperidade), Oliveira (paz e luz divina), Alecrim (saúde, força e resiliência) e Videira (vinho e alegria) - continue a florescer como símbolo vivo de união académica. Que este ramo nos recorde, ano após ano, da importância de cultivar, também dentro da Universidade, os valores da partilha, do convívio e da pertença.

Noémi Marujo
Vice-reitora da Universidade de Évora | Professora Associada