A obra de António Salvado deveria ser estudada nas escolas portuguesas à semelhança do que sucede com outros autores portugueses. O desafio foi lançado durante a entrega dos prémios do Prémio Internacional de Poesia António Salvado- Cidade de Castelo Branco, no passado dia 20 de julho, por João Carrega, editor da obra vencedora, “Anatomia de uma derrota”, da autoria do poeta português, Amadeu Baptista (Ed. RVJ Editores).
Na cerimónia além da obra de Amadeu Baptista, poeta português que venceu na categoria de língua portuguesa (e que interveio na iniciativa); foram apresentados os livros e “Las Tentaciones Griegas”, de Luis Manuel Pérez Boitel, poeta cubano, que venceu a categoria em língua castelhana; “Anatomia de Uma Derrota”, do poeta português João Rasteiro, e “Lábios Tiene El Silencio”, do poeta espanhol José Manuel Martín Portales, que receberam uma menção honrosa, com uma breve intervenção dos dois autores.
Enrique Cabero, professor na Universidade de Salamanca, sublinhou a qualidade das obras avaliadas pelo júri, classificando-as como “exemplos da literatura do melhor que se faz no mundo”.
O prémio, que mais uma vez evocou António Salvado e a sua obra literária, tem, no entender de José Pires, presidente da Freguesia de Castelo Branco (entidade que com o Município promove este galardão) cumprido o seu objetivo.
A este propósito José Pires lembrou o número de participantes:1138 poetas de 22 países (573 em língua castelhana e 565 em língua portuguesa). “Foram admitidas para leitura e apuramento final, de acordo com as disposições regulamentares, 581 obras de 22 países (Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Timor, França, Alemanha, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Espanha, Honduras, Inglaterra, Itália, México, Uruguai, EUA, e Venezuela): 260 em língua portuguesa e 321 em língua castelhana. Gostaria de sublinhar o papel do grupo de leitores que analisou os poemários e do júri que avaliou as obras finalistas”.
Na apresentação do livro vencedor em língua portuguesa, João Carrega, considerou que “a obra de António Salvado é merecedora de ser estudada nas escolas e integrada nos currículos escolares”, sublinhou João Carrega.
Leopoldo Rodrigues, presidente da Câmara, sublinhou a dimensão do Prémio e a relação com a cidade de Salamanca e a língua castelhana, uma vez que o galardão é atribuído a obras escritas nos dois idiomas. A própria Universidade de Salamanca, entidade que sempre valorizou a obra do poeta albicastrense, está ligada ao Prémio, através dos professores Alfredo Pérez de Alencart (presidente do júri) e Enrique Cabero.
A apresentação dos livros e a entrega de prémios esteve integrada na quarta edição do ciclo cultural Roiz IV, este ano numa versão mais curta, onde houve a declamação de poesia, com poemas escolhidos pelos poetas vencedores do prémio, e de poemas inéditos de António Salvado, pelo Grupo de Teatro Vaatão. O evento teve ainda a atuação de Pedro Ladeira e Miguel Carvalhinho.