Cousas de Folgar e Gentilezas (Assírio &Alvim), edição de Graça Videira Lopes, “uma edição do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende”, obra publicada e 1516, é uma recolha monumental de poesia de vários matizes e autores onde cabem “riso, amor e política” numa antologia que recolhe “a poesia de circunstância, satírica, erótica ou as trovas morais” da época.
Poesia (Assírio & Alvim), de Arthur Rimbaud, com tradução e notas de João Moita e prefácio de Fernando Pinto do Amaral, contempla uma nova edição da obra do poeta francês, meteoro que cruzou os céus antes de se calar e desaparecer nas lonjuras da Abissínia.
O Que Faço Eu Aqui? (Quetzal), de Bruce Chatwin (1940-1989), em reedição, antologia que mostra o melhor deste escritor viajante, que é, sobretudo, um fabulista de paisagens e retratista de pessoas, aguarelas extraídas das viagens que empreendeu descobrindo outras gentes e culturas.
A Solidão do Manager (Quetzal), de Manuel Vásquez Montalbán (1939-2003), é um Pepe Carvalho de primeira água, situado nos anos da transição democrática, numa Catalunha em convulsão, com um par de mortos, que põe o nosso homem em confronto um grupo empresarial poderoso e e antigos amigos sem escrúpulos, influindo na política da época.
O Barman do Ritz (Presença), de Philippe Collin (N. 1975, Brest), conta-nos a fabulosa história de vida de Frank Meier, o famoso barman do Hotel Ritz parisiense durante a ocupação alemã, e os segredos da sobrevivência em tempos de guerra, ele que é um judeu austríaco, no centro de conspirações, da resistência, e dos oportunistas, até à Libertação.
Madona com Casaco de Peles (Porto Editora), de Sabahattin Ali (1907-1948), escritor turco de renome, publicou esta pequena obra-prima em 1943, onde se conta a vida de Raif Efendi, um jovem tímido que conhece em Berlim uma jovem pintora judia, Maria Puder, o amor da sua vida, que o marca para sempre, num desfecho trágico e pungente.
Os nomes de Feliza (Alfaguara), de Juan Gabriel Vásquez (n. 1973, Bogotá), romance-reportagem sobre a escultora colombiana, uma mulher à frente do seu tempo, e que morreu inesperadamente depois de jantar com amigos em Paris, reconstituindo a vida e obra de uma rebelde, que “Morreu de tristeza”, no dizer do amigo Gabriel Garcia Márquez.
Heróis sem Glória (Clube do Autor), de Ferdia Lennon (n. 1988, Dublin), é a surpreendente história de dois homens com uma irresistível paixão pelo teatro de Eurípedes, num tempo em que os atenienses prisioneiros definham numa pedreira de Siracusa, mas graças ao engenho e ao patrocínio de um misterioso produtor conseguem levar à cena duas peças do grego, num hino ao teatro, à amizade e ao amor pela arte de representar.
Míticas (Bertrand), de Emily Hauser, com o subtítulo “As mulheres da Odisseia, uma nova História do mundo de Homero” que, tal como livro anterior dedicado às mulheres da “Ilíada”, se dedica a realçar o papel das mulheres no poema épico atribuído a Homero, numa viagem pela Idade do Bronze, com figuras como Atena, Calipso, Circe e Penélope.
Construtoras de Impérios (Temas e Debates), coordenação de Amélia Polónia, com Amândio Barros, António Manuel Hespanha e Rosa Capelão, subtítulo “Vozes da Mulheres na Expansão Portuguesa”, lança um novo olhar historiográfico sobre o papel das mulheres nacionais e autóctenes, em três continentes, e a sua participação activa em todos os níveis da aventura da expansão colonial das descobertas.
A Rota das Especiarias (Presença), de Roger Crowley (n. 1951), com o subtítulo “A disputa do século XVI que moldou o mundo”, o historiador dos grandes impérios marítimos, estuda neste notável livro o papel que as especiarias desempenharam na economia moderna, e quem foram os pioneiros desta aventura nos mares asiáticos.
O Espião Solitário (Lua de Papel), de Charles Beaumont, romance de espionagem, segue a luta de Simon Sharman, antigo agente do MI6, para desmascarar um conluio russo, que abrange as altas esferas do poder no Reino Unido, depois do Brexit, servindo interesses obscuros de domínio global, num enredo bastante plausível e inquietante.
Sophia-Sena - As Cartas (Guerra & Paz), nova edição aumentada, da “Correspondência 1959-1978”, de Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen, um documento fundamental para compreender a relação de amizade e admiração mútua que existiu entre estes dois poetas, mas também o retrato de toda uma época e das suas circunstâncias.
A Nova Física (Bertrand), de Yann Mambrini, com o subtítulo “As leis supremas do cosmos”, escreve de forma clara sobre o que se sabe actualmente sobre o estado da física enquanto instrumento de leitura do universo visível, dos infinitamente pequeno ao grande, e do que as novas teorias propõem como modelos explicativos, dos buracos negros à matéria ou energia escura, ou quinta força.
Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico