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Diretor Fundador: João Ruivo Diretor: João Carrega Ano: XXVIII

Propostas Livros & Leituras

17-11-2025

Lavagante (Relógio d´Água), de José Cardoso Pires (1925-1998), reedição da novela de um “encontro desabitado”, na prosa cristalina, requintada e cinematográfica de um dos maiores escritores do século XX português, num país sufocado pela ditadura, relato funesto do triângulo amoroso entre um médico, uma jovem universitária e um figurão do regime.

Azul da Prússia (Guerra & Paz), de Amadeu Lopes Sabino (n. 1943, Elvas) é um romance total, dando vida à fabulosa figura de Eduardo do Souto, luso-brasileiro, estudioso diletante, anti-moderno e aventureiro, que atravessa todo o século XX, e que legou um acervo espampanante e um livro sobre arte, intitulado “A História enquanto alucinação”.

O Que Podemos Saber (Gradiva), de Ian McEwan (n. 1948), notável romance do escritor inglês, situado num distante ano de 2119, depois de uma série de catástrofes terem deixado meio mundo submerso, numa Inglaterra desfeita em ilhas, um professor de literatura tenta descobrir o destino de um célebre poema desaparecido, desenterrando em vez disso um inquietante diário sobre a vida do poeta Blunty, escrito pela sua mulher.

A Última Morte do Ano (ASA), de Sophie Hannah, um mistério de Hercule Poirot, nesta nova encarnação, acompanhado pelo seu amigo da Scotland Yard, Edward Catchpool, o narrador da história passada numa pequena ilha grega na passagem de ano de 1932, com um conjunto de personagens, algumas das quais não chegam ao ano novo, num enredo cheio de peripécias, pistas falsas e muita dedução policiária.

Do Ritual ao Romance (Guerra  & Paz), de Jessie L.Weston (1850-1929), estudo pioneiro sobre as origens e desenvolvimentos da lenda do Graal, livro que inspirou entre outros T. S. Eliot, ensaio que ainda hoje lança uma luz clara sobre o que está em jogo quando se fala de mistérios antigos e a sua continuada influência cultural e imagética.

Uma História da Filosofia (Guerra & Paz), de Luc Ferry, viagem informada pelo pensamento filosófico, desde a mais alta antiguidade aos pensadores contemporâneos, “pois a filosofia é antes de mais, uma busca da verdade” e “uma tentativa de definir a sabedoria como condição de uma vida boa para nós, mortais”.

Alice no País das Ideias (Objectiva), de Roger-Pol Droit, com o subtítulo “Como viver? Uma história de descoberta da filosofia”, segue a curiosidade de Alice pelos caminhos da inquirição filosófica, dialogando desde Platão a Confúcio, passado por Buda, Montaigne. Voltaire, e muitos mais, sobre o mundo das ideias que formataram o pensamento ao longo dos séculos.

Ver o Invisível (Book Builders), de Rodrigo Sá-Nogueira Saraiva, com o subtítulo “História das ideias sobre a mente no mundo ocidental”, do investigador em Etologia e Psicologia, estabelece um vasto e abrangente panorama sobre “a mente humana” à luz da psicologia, filosofia, medicina e religião, tal como foram abordadas no Ocidente por pensadores desde a antiguidade aos dias de hoje.

O Clube de Leitura da CIA (Casa das Letras), de Charlie English, operação secreta clandestina,  aqui sobretudo na Polónia, destinada a fornecer livros proibidos pela censura, esperando que a sua difusão levasse a uma lufada de liberdade e resistência, desde obras de George Orwell a Agatha Christie, ou autores locais banidos, de tal forma que contribuíram para o colapso da chamada Cortina de Ferro.

A Rota do Ouro (D. Quixote), de William Dalrymple, com o subtítulo “Como a Índia antiga transformou o mundo”, é uma obra monumental que faz jus ao papel da civilização indiana desde a mais remota antiguidade, em domínios tão diversos como a astronomia, a música, a dança, a literatura, a matemática e a mitologia, que semearam pelo vasto mundo, da Europa à China, novas perspectivas de arte, ciência e conhecimento.

Uma Aldeia noTerceiro Reich (D.Quixote) de Julia Boyd, com o subtítulo “Como pessoas vulgares foram transformadas pela ascensão do fascismo”, debruça-se sobre uma pequena aldeia dos Alpes bávaros para analisar como se deu e funcionou o domínio das mentalidades e do quotidiano de pessoas comuns submetidas ao regime nazi e quais as suas consequências.

O Círculo dos Traidores de Hitler (Bretrand), de Jonathan Freedland, com o subtítulo “A verdadeira história da resistência”, conta-nos a história desconhecida de um grupo de resistentes alemães, de diversas proveniências, que se reuniu na sombra, para resgatar judeus e conspirar para derrubar o nazismo.

A justa desproporção (Companhia das Letras), de Daniel Jonas (n.1973, Porto), pequenos ensaios ou vinhetas do poeta – veja-se o seu mais recente “Idade da perda” (Assírio & Alvim) – onde se confabula sobre os lugares-comuns da linguagem, viagens no quotidiano e obsessões de todo o género, música, cinema e literatura, numa “quase-ficção” incisiva e sarcástica.

José Guardado Moreira

Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico

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