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Cultura Edições RVJ: Francisco Abreu apresenta livro de alcunhas penamacorenses

08-05-2025

“Alcunhas dos Penamacorenses e outras preciosidades criptonímicas” é o nome do novo livro do investigador Francisco Abreu. A edição é da RVJ Editores.

Esta é a terceira obra do autor (já tinha escrito sobre Ribeiro Sanches e de poesia popular da zona raiana) e foi apresentada no passado sábado, na Escola da Música, em Penamacor.

“Penamacor mostra-se como um significativo, e quase constante, exemplo de criatividade no que respeita à criação, manutenção e divulgação de alcunhas entre os seus habitantes”, explica, no livro, o autor.

O livro apresenta 637 alcunhas e fotografias da autoria de Jolon. Francisco Abreu lembra que “raro é o penamacorense – natural ou aqui instalado, por razões familiares e/ou profissionais - que não possui e conserva, por vezes de antiquíssima herança, uma esclarecedora alcunha, muitas vezes alcunha familiar, mas também de identificação única e pessoal. Indivíduos se encontram que são detentores de mais do que uma alcunha: em muitos casos, crisma que trazem de herança familiar, outra que entretanto, ao longo da vida, qualquer situação ocasional ou função profissional fez com que se lhe colasse, mesmo que somente usada em grupos restritos das suas relações de amizade e/ou profissionais”.

No prefácio da obra, que teve o apoio da Câmara e da Freguesia de Penamacor, Manuel Crucho Robalo, explica que o autor apresenta uma relação detalhada de cerca de seis centenas de alcunhas conhecidas na região. Com nomes curiosos e pitorescos como “Malgafina”, “Perna de caiar”, “Asa branca”, “Pantriga”, “Mogango”, “Formiga d’Asa”, “Pouca Tripa”, “Alferes da meia noite”, “Ala-Catatina”, “Escalapicha”, “Cá Vai” ou “Pinti`Vinte”, cada alcunha é um portal para histórias e vivências que moldaram a identidade desta comunidade.

“Um dos factores que muito contribuía para a criação e difusão de alcunhas era a pouca diversidade de nomes próprios – muitos Antónios, muitos Josés, muitas Marias, muitas Anas… – e até mesmo a pouca diversidade dos apelidos – muitos Silvas, muitos Pereiras, muitos Gaspares, muitos Amarais, muitos Cruchos... –, o que leva a pensar que as regras de transmissão das identidades familiares perdem a sua autoridade. Por outro lado, vigorava em muitas situações da onomástica no mundo rural a atribuição do nome próprio do pai ao filho varão, ou mesmo, algo como uma homenagem popular, do nome do falecido avô ou avó, quando não mesmo do padrinho ou madrinha que se havia conseguido cativar entre grupos sociais mais elevados e abonados”, conclui o autor.

CMP
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