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Diretor Fundador: João Ruivo Diretor: João Carrega Ano: XXVII

Bocas do Galinheiro UBI nos prémios do cinema europeu

17-11-2022

No próximo dia 10 de Dezembro, serão entregues os European Film Awards 2022, da European Film Academy, nas categorias de Longa-Metragem, Realizador, Actor, Actriz, Guionista, Documentário Europeu e ainda nas categorias de Comédia Europeia, Descoberta - Prémio FIPRESCI, Filme de Animação e Curta-Metragem, selecionadas por uma gama diversificada de especialistas europeus convidados. Na data referida, os membros da Academia Europeia de Cinema votarão nos vencedores que serão anunciados na cerimónia a ter lugar em Reykjavik.
Por outro lado, os vencedores dos Prémios de Excelência nas categorias de Cinematografia Europeia, Montagem, Design de Produção, Guarda-Roupa, Caracterização, Banda Sonora Original, Som e Efeitos Visuais vão ser determinados por um júri de oito membros composto por representantes das diferentes artes e ofícios e serão anunciados em 23 de novembro.
Nas categorias principais, para melhor filme os nomeados são Alcarràs, dirigido por Carla Simón (Espanha/ Itália); Close, dirigido por Lukas Dhont (Bélgica/ França/ Holanda); Corsage, dirigido por Jean-Christophe Reymond (Áustria/ Luxemburgo/ Alemanha/ França); Holy Spider, dirigido por Ali Abbasi, (Dinamarca/ Alemanha/ Suécia/ França) e Triangle of Sadness, dirigido por Ruben Östlund, (Suécia / Alemanha / França/ Reino Unido); para melhor realizador temos Lukas Dhont por Close, Marie Kreutzer por Corsage, Jerzy Skolimowski por EO, Ali Abbasi por Holy Spide, Alice Diop por Saint Homer e Ruben Östlund por Triangle of Sadness.
Paralelamente, decorre o European University Film Award (EUFA) em que a votação final terá lugar a 7 de Dezembro, em Hamburgo, sendo que aqui os votantes são alunos de várias instituições de ensino superior europeias, sendo que uma delas é a Universidade da Beira Interior (UBI), que vai estar representa por um(a) aluno(a) do Curso de Mestrado em Cinema.
Neste particular foram seleccionados cinco filmes, no caso quatro longas-metragens e um documentário. E os nomeados são: Alcarràs, de Carla Simón, um retrato da família Solé que desde tempos imemoriais, passa os Verões a colher pêssegos no seu pomar em Alcarràs, uma pequena cidade em Espanha. Mas após a recepção de uma notificação de despejo, a colheita deste ano poderá ser a última. Os novos planos para o terreno implicam o arranque dos pomares e a instalação de painéis solares, o que causa uma cisão no seio da família, até aí muito unida. Pela primeira vez, os Solés enfrentam um futuro incerto e arriscam-se a perder mais do que a sua casa; Close, de Lukas Dhont, filme sobre uma intensa amizade, mas também responsabilidade e perda, entre dois meninos de treze anos, Leo e Remi, que de repente é interrompida. Lutando para entender o que aconteceu, Leo se aproxima de Sophie, mãe de Remi; EO, de Jerzy Skolimowski, apresenta-nos EO, um burro cinzento, de olhos melancólicos e um espírito curioso, começa sua vida num circo antes de fugir em numa jornada de procura pela Polónia e Itália, marcada pelo absurdo e por afecto em igual medida. O veterano cineasta polaco dirige um de seus filmes mais livres e visualmente inventivos, colocando o espectador no coração e na mente do protagonista de quatro patas; Triangle of Sadness, de Ruben Östlund é uma sátira desinibida em que se assiste a uma inversão de papéis e classes e onde se revela o sórdido valor comercial da beleza. Os modelos Carl e Yaya movimentam-se no mundo da moda, enquanto exploram os limites da sua relação. O casal é convidado para fazer um cruzeiro luxuoso na companhia de um conjunto de “infames” passageiros riquíssimos, um oligarca russo, um traficante de armas inglês e um capitão idiossincrático e alcoólico, dado a citações de Marx. Parece o cenário perfeito para muitas publicações de Instagram. Mas durante o esmeradíssimo Jantar do Comandante, uma tempestade avoluma-se e o cruzeiro termina catastroficamente. Carl e Yaya encontram-se abandonados numa ilha deserta com um grupo de bilionários e uma tripulante do navio. A hierarquia é subitamente virada de cabeça para baixo, pois a governanta é a única que sabe pescar; por seu lado The Eclipse, de Natas a Urban, evoca o eclipse do Sol de 11 de agosto de 1999, quando a maior parte da Europa estava absorta no eclipse solar total que, por momentos, mergulhou a Terra na escuridão, a população da Sérvia entrincheirou-se em casa e bunkers nucleares, com medo da sombra lunar, uma metáfora para a consciência da nação sobre as consequências das suas escolhas políticas, em que a realizadora confronta o passado de guerra e crime no seu país e o mal estar ainda latente, reflectindo sobre o seu crescimento durante a guerra na ex-Jugoslávia, à qual regressa para recolher histórias e episódios da família e de conhecidos.
Com um naipe muito bom de nomeados nas outras categorias, nomeadamente nas actrizes e actoress, bem como nos guionistas, esperemos que o filme escolhido pela UBI recolha as preferências dos restantes membros do júri.
Até à próxima e bons filmes!

 

Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico

Luís Dinis da Rosa
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