O ex-diretor de gestão do conhecimento do Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA, Jay Liebowitz, assume-se como grande fã da inteligência artificial e considera que a IA veio para ficar.
"Sou um grande fã de IA, mas há algumas empresas que, por razões de segurança, não permitem que os seus trabalhadores utilizem alguns destes sistemas de IA generativa (GenAI)", afirma o responsável.
Liebowitz foi orador da conferência internacional "Shaping the Future of Data, Knowledge and Innovation with AI for Global Sustainable Change", dedicada ao futuro dos dados do conhecimento e da inovação nas empresas com a inteligência artificial (IA), no ISCTE, na quinta-feira.
"Mas alguns dos trabalhadores utilizam nos seus próprios telemóveis o ChatGPT, o Microsoft Copilot ou o Claude", entre outros.
Portanto, "o meu sentimento é que a IA veio para ficar e se a puder utilizar para talvez encontrar melhores formas de fazer as coisas, formas mais rápidas e eficientes, porque não tirar partido disso", defende.
Contudo, é preciso ter em atenção que nem sempre os sistemas de inteligência artificial fornecem informação correta e, por vezes, alucinam [resultados incorretos ou enganosos gerados pelos modelos].
"Dizemos aos nossos alunos que não podem confiar em tudo o que estes sistemas dizem. Por isso, têm de verificar duas vezes, porque eles alucinam e, portanto, nem sempre estão corretos", sublinha o ex-diretor da NASA.
Aliás, "tenho estado envolvido a ajudar algumas universidades a desenvolver a sua estratégia de IA e analisamos quatro áreas", diz.
Estas áreas são educação, que envolve o ensino, investigação, operações empresariais e políticas.
"Sentimos que praticamente todos os estudantes que saem agora devem ter algum tipo de literacia em IA na sua área específica", considera o responsável.
Já "os nossos netos quando chegarem ao ensino secundário ou à faculdade, portanto, têm quatro e seis anos, terão estes agentes personalizados com os quais terão crescido e que os ajudarão nos seus estudos", prevê Jay Liebowitz.
Para o responsável, há benefícios no uso da tecnologia em várias áreas, uma delas é a da saúde, onde dá o exemplo da radiologia.
"Nos Estados Unidos, os sistemas de IA são mais precisos em radiologia do que o radiologista humano", diz.
Contudo, não elimina o radiologista, embora pudesse, e é utilizado como uma segunda opinião.