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Atualidade Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior leva 11 mil 500 vagas para a 2ª fase: toda a informação curso a curso

24-08-2025

Cerca de 44 mil novos estudantes (43 mil 899) foram colocados na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso, com a taxa de colocação a subir para 90,1%. Para a segunda fase, que decorre de 25 de agosto a 3 de setembro, sobraram 11 mil 513 vagas, o que representa o maior número de vagas dos últimos anos. Significa isto que para a segunda fase são muitas as opções em aberto.

Podem concorrer à segunda fase os candidatos à 1.ª fase não colocados; Os candidatos colocados na 1.ª fase que pretendam concorrer de novo (se estes estudantes forem colocados na 2.ª fase, a colocação na 1.ª fase, bem como a matrícula e inscrição que realizaram, são anuladas); Os candidatos que, embora colocados na 1.ª fase, não procederam à respetiva matrícula e inscrição; Os estudantes que, embora reunindo condições de candidatura no prazo de apresentação das candidaturas à 1.ª fase, não se apresentaram a ela; e Os estudantes que só reuniram as condições de candidatura após o fim do prazo de apresentação das candidaturas à 1.ª fase.

O Ensino Magazine mostra-te curso a curso as vagas disponíveis e colocadas e a última nota de entrada em cada um.

CONSULTA AQUI as vagas disponíveis e a última nota de colocação

Em nota enviada ao Ensino Magazine, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação, revela que “63,1% dos estudantes foram colocados na sua primeira opção e 90,9% numa das suas três primeiras opções de candidatura, os valores mais elevados dos últimos anos e um dos fatores mais relevantes para o sucesso académico”.

Diz a tutela que “o número de estudantes colocados em licenciaturas em Educação Básica aumenta 20,3% face ao ano anterior, com 1199 estudantes colocados nesta fase, e ocupando 100% das vagas disponibilizadas. Nos últimos três anos o número de colocados em licenciaturas em Educação Básica aumentou 64,9%, o que demonstra o crescente interesse dos estudantes por estas formações”. Por outro lado, “foram colocados 1647 estudantes em cursos de medicina.

Como Conselho de Reitores das Universidades Públicas Portuguesas (CRUP) e o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CSISP) já tinham alertado para o risco de haver  uma quebra generalizada no preenchimento de vagas, a que só uma instituição conseguiu fugir (o ISCTE cresceu). O interior do país e o ensino politécnico foi o mais afetado, num ano em que as regras de acesso mudaram (mais exames exigidos e média final com mais ponderação no exame).

“O número de colocados em instituições localizadas em regiões com menor procura e menor pressão demográfica diminui 21,1% (10 mil 151 estudantes colocados)”, refere a tutela.

O Ministério revela ainda que “foram colocados 1548 estudantes beneficiários de escalão A de ação social escolar, dos quais 1123 estudantes através deste contingente prioritário”. Além disso, “no contingente prioritário para candidatos com deficiência foram colocados 152 estudantes; e no prioritário para emigrantes, seus familiares e lusodescendentes foram colocados 304
estudantes”.

Segundo a informação disponibilizada ao Ensino Magazine, “foram colocados 4524 novos estudantes nos ciclos de estudo mais competitivos (isto é, com maior número de candidatos em 1.ª opção no ano anterior com nota igual ou superior a 17 valores), aumentando 10% face ao ano anterior”.

No panorama nacional há cursos que preencheram a totalidade das vagas, com engenharia aeronáutica e medicina a serem os que apresentam as últimas notas de entrada mais elevadas. Mas também há formações que não tiveram qualquer aluno candidato em algumas instituições de ensino. Os exemplos mais exigentes são algumas engenharias, como Civil; Ambiente, Alimentar ou Zootécnica e as licenciaturas em Química, Agronomia, Cidades Sustentáveis ou Gestão, entre muitas outras.

As matrículas dos estudantes agora colocados realizam-se entre 25 e 28 de agosto. Pela terceira vez, o calendário de colocações do concurso nacional de acesso foi antecipado para o final do mês de agosto, garantindo um período mínimo de 15 dias de intervalo entre a colocação da 1.ª fase e o início da atividade letiva (até agora inexistente) e as colocações de todos os estudantes colocados pelo CNA durante o mês de setembro.

 

CCISP reage

Face aos resultados obtidos, o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) revela que "os números da 1º fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES) mostram uma esperada redução de colocações, face àquilo que são as regras do novo modelo de acesso e que ditaram um decréscimo de inscritos no CNAES. Foram cerca de 14 mil alunos a privilegiarem o subsistema politécnico para a sua formação académica, o que representa uma redução significativa face ao ano transato. A taxa de colocação cifrou-se em cerca de 63 por cento".

Citada na nota enviada ao Ensino Magazine, Maria José Fernandes, presidente do CCISP, lembra que já em 2023 os politécnicos tinham este cenário como muito provável: “Alertámos a tutela de que ao exigir mais provas de acesso e aumentando o peso das provas específicas, ao mesmo tempo que reduz todo o histórico do secundário, estávamos a criar barreiras a um conjunto significativo de alunos, sobretudo os oriundos de estratos mais desfavorecidos, cujas famílias não podem pagar a preparação para os exames”.

A presidente do CCISP defende que o modelo seja alterado já no próximo ano letivo, para evitar que esta tendência se prolongue, com consequências muito negativas para alunos e respetivas famílias que vêm cair o sonho legítimo de frequentar o Ensino Superior”.

No seu entender, "estamos perante uma litoralização do Ensino Superior, que além de acentuar as assimetrias regionais, coloca em causa a coesão territorial e o legitimo acesso de todos os jovens ao ensino superior”.

As dificuldades com os custos de alojamento e a quebra demográfica são outras causas que impactam na atual situação, “mas não são os principais fatores para o cenário deste ano, uma vez que as regiões de maior pressão demográfica são aquelas onde os impactos foram menores. Estes resultados prendem-se,  quase em exclusivo, com o novo modelo de acesso”, defende a presidente do CCISP, lembrando que o número de alunos a frequentar o 12º ano não se alterou significativamente em relação a anos anteriores.

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