Sílvia Curado, cientista portuguesa radicada nos EUA, descobriu um osso de baleia, presumivelmente com milhares de anos, na praia de Buarcos, Figueira da Foz. O osso foi agora transportado para o Museu daquela cidade.
A descoberta ocorreu, no passado dia 23 de dezembro, quando Sílvia Curado passeava com a família na praia.
O osso, perfeitamente assimétrico, com cerca de 1,5 metros de comprimento por um metro de largura e centenas de quilos de peso, foi descoberto a meio da tarde de hoje na chamada praia da Pedra Grande, por Sílvia Curado, cientista portuguesa radicada nos EUA, que ali passeava acompanhada de familiares, constatou a agência Lusa no local.
“Este é um dos nossos lugares favoritos na Figueira da Foz. Vinha a passear com o meu sobrinho e deparei-me com esta estrutura, que de pedra não seria, porque é demasiado simétrica, aproximei-me e verifiquei que era um osso de um animal de grandes dimensões e cheguei à conclusão que seria um osso pélvico de uma baleia”, disse Sílvia Curado, constatação também confirmada, no local, por uma bióloga.
Na sequência da descoberta da cientista, a Lusa contactou Pedro Callapez, paleontólogo do departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra, que, face às imagens da descoberta, nomeadamente da estrutura óssea em causa, antecipou tratar-se de um osso com milhares de anos.
“O que consigo dizer é que, pelas fotografias, o estado de degradação da própria ossada parece de um indivíduo que já não é moderno. É relativamente frequente, na costa da Figueira, a norte do Cabo Mondego, aparecerem antigas areias que estão na plataforma continental, que são areias da altura da última glaciação. São areias já com milhares de anos, às vezes com dezenas de milhares de anos de idade”, explicou o investigador.
“E é muito possível que pode ter sido uma ossada de uma baleia – de um cachalote, eventualmente, teria de se confirmar – que ficou enterrada há alguns milhares de anos. E é bem possível que, durante os temporais, tenha havido uma exumação destas ossadas que vieram dar à costa”, observou Pedro Callapez.
Por outro lado, o especialista afastou a hipótese de se tratar de um fóssil de dinossauro: “É bem diferente disto. Mas estas não deixam de ser ossadas com um aspeto antigo. Quase que me aventurava a dizer que parecem umas ossadas plistocénicas, que, entretanto, deram à costa”, adiantou.
O osso foi trasladado para o Museu da cidade, numa operação, realizada por cinco operacionais da Companhia de Bombeiros Sapadores (CBS) da Figueira da Foz, com o objetivo de preservar o achado, umas ossadas com cerca de 1,5 metros de comprimento por um metro de largura e centenas de quilos de peso.