O Conselho Europeu de Investigação (ERC, sigla em inglês) vai disponibilizar mais 7,7 milhões de euros para projetos de investigação em Portugal. O anúncio foi feito ao Ensino Magazine pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que revela que "Portugal atinge a marca de cerca de 78 milhões de euros captados nos concursos do ERC desde o início do Horizonte Europa (2021-2027)".

De acordo com a tutela o Conselho Europeu "vai financiar quatro investigadores de instituições nacionais, no valor de 7,7 milhões de euros, o que representa 1,23% do financiamento total atribuído, no âmbito do ERC Starting Grants 2023".

Segundo o Ministério são o financiados os seguintes investigadores:

- Carlos Minutti, da Fundação Champalimaud, com o projeto “Conventional Dendritic Cells – Ecology, Diversity, and Function” sobre a heterogeneidade funcional e de desenvolvimento de células que estão associadas ao início das respostas imunes a agentes patogénicos e tumores;

- Inês Pereira, da Universidade de Coimbra, com o projeto “FINGERprinting cold subduction and Plate Tectonics using key minerals”, sobre a temática da evolução da tectónica de placas e tentando responder à questão de quando estas surgiram na Terra;

Giulia Ghedini, com o projeto “Mapping metabolic responses to understand coexistence and community functioning”, visando avaliar como as respostas metabólicas a competidores afetam a coexistência e dinâmicas comunitárias no fitoplâncton marinho;

- Ilana Gabanyi, com o projeto “Trafficking mechanisms and physiological factors mediating a direct gut microbiota-brain neuron interaction”, com o objetivo de decifrar a comunicação direta de sinais provenientes da microbiota intestinal para os neurónios, ambas investigadoras do Instituto Gulbenkian de Ciência.

Os resultados foram conhecidos dia 5 de setembro, e no total Conselho Europeu de Investigação "irá financiar 400 projetos selecionados no concurso Starting Grants 2023, no valor total de 628 milhões de euros, entre os quais constam aqueles quatro projetos de investigadores a desenvolver a sua atividade em Portugal".

O Ministério acrescenta que "neste concurso foram também financiados três projetos liderados por investigadores portugueses a desenvolver a sua investigação no estrangeiro, totalizando 4,5 milhões de euros. São eles Fernando Santos, da Universidade de Amesterdão com o projeto “Responsible LinkRecommendations in Dynamic Environments”, que estuda o efeito de longo prazo dos sistemas de recomendação de links em redes sociais e novos algoritmos ao nível do benefício social; Diana Pinheiro, do Instituto de Investigação de Patologia Molecular em Viena, lidera o projeto “Coupling morphogen dynamics with mechanics in the control of form and pattern”, investiga os mecanismos biofísicos associados à formação e desenvolvimento dos embriões; e Ana Gomes, atualmente na Universidade de Montpellier e CNRS, irá liderar o projeto “Cell cycle progression in malaria parasites” sobre o ciclo da divisão celular que é coordenado e controlado no plasmódio, o agente causador da malária".

Citada na mesma nota, a Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, considera ser "motivo de orgulho para Portugal, particularmente para os investigadores em início de carreira desenvolverem os seus próprios projetos, constituírem as suas equipas, contribuindo para o fortalecimento do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT)".

De referir que com estes resultados, Portugal atinge a marca de cerca de 78 milhões de euros captados nos concursos do Conselho Europeu de Investigação desde o início do Horizonte Europa (2021-2027), o programa-quadro de financiamento europeu de investigação e inovação.