Vasco Lourenço, um dos capitães da “revolução dos cravos”, referia, com propriedade, que o Papa Francisco defendeu os valores de Abril: democracia, igualdade, justiça, inclusão, educação para todos, dar voz aos mais pobres, solidariedade.
Um dia depois da Páscoa e após ter participado na Bênção realizada na Praça de São Pedro, em Roma, o Papa Francisco partiu para a casa do senhor.
Parece-me claro que a proibição não será o caminho correto. Nesta matéria partilho a ideia defendida pela investigadora do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, Neuza Pedro, quando diz que “se tirarmos os telemóveis por completo do contexto escolar, estamos a não preparar as nossas crianças e jovens para utilizá-los produtiva e pedagogicamente. E estamos também a não prepará-las para saberem ser capazes de não utilizar estes equipamentos, ou seja, de regular a necessidade de os usar e também regular a capacidade de saber não usá-los. Precisamos de educar as crianças para o uso dos telemóveis, mas temos as escolas a viver movimentos contrários de levar a que os equipamentos móveis sejam removidos do seu interior” (in Expresso).
A presidência dos Estados Unidos da América cancelou o financiamento que seis universidades portuguesas estão a receber ao abrigo do programa American Corner. Donald Trump e a sua equipa querem saber se aquelas academias têm relações com entidades associadas a partidos comunistas, socialistas ou totalitaristas.
Os rankings das escolas voltam a estar na ordem do dia, sobressaindo para a opinião pública que esta escola é melhor que aquela, que o ensino privado é superior ao público, e mais uma série de perceções que a sociedade absorve como verdades absolutas. Já o afirmei, e volto a referi-lo: Os rankings tal como são divulgados junto da comunidade podem ter um efeito nefasto e perigoso, na medida em que rotulam escolas, e por conseguinte alunos, professores e funcionários, sem que se tenham em conta todos os dados da balança.
O setor aeroespacial começa a marcar pontos no nosso país. A estratégia que tem vindo a ser implementada, sobretudo a partir de 2016, com a criação da Agência Espacial Portuguesa (AEP), mudou o paradigma de como os jovens e as universidades veem a ciência e como o tecido empresarial olha para esta área como uma oportunidade de crescimento, de segurança e de avanços tecnológicos e científicos.
Assinalamos, nesta edição, 27 anos de vida. Uma história que testemunhámos, registámos e que acompanhou a evolução da educação, do ensino superior, da investigação e da internacionalização das instituições.
Já é conhecida a proposta do ministro da Educação, Ciência e Inovação para a revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior portuguesas. Fernando Alexandre cumpriu os prazos que estabeleceu perante os parceiros institucionais: desde dezembro do ano passado que com eles discutiu o documento de trabalho e, na primeira semana de fevereiro, apresentou a proposta em Conselho de Ministros.
Como prometido, o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, apresentou aos diferentes parceiros do ensino superior em Portugal uma primeira proposta de revisão ao Regime Jurídico do Ensino Superior (RJIES). O trabalho desenvolvido pelo anterior Ministério do Ensino Superior, liderado pela ministra Elvira Fortunato e pelo secretário de Estado, Pedro Nuno Teixeira, a que se juntou o da Comissão Independente para Avaliação da Aplicação do RJIES, presidida por Alberto Amaral, teve continuidade.
Como bem referiu Eduardo Marçal Grilo numa das suas muitas intervenções a que tive o prazer de assistir, hoje todos temos uma “prótese” que não largamos - o telemóvel. Somos, novos e menos jovens, incapazes de sair de casa sem aquele equipamento que faz praticamente quase tudo, menos “tostas mistas” e que pode ser visto como um instrumento importante no ensino. Para que isso aconteça é importante definirem-se estratégias, imporem-se regras e explorar as suas potencialidades para atividades didáticas e de aprendizagem.
O ensino superior em Portugal e, em particular as instituições localizadas em territórios a que agora chamam de baixa densidade, enfrentam desafios importantes que devem ser vistos como uma oportunidade para que as suas funções formativa, de investigação e de coesão territorial e social sejam alicerces fortes de todos os seus territórios e do país. Devem também ser os alicerces para que, no cenário europeu e mundial, as academias se possam diferenciar, trabalhar em rede, criar parcerias, robustecendo a rede de ensino superior portuguesa e as conexões internacionais.
A saúde mental nas instituições de ensino superior (IES) começa a ser abordada pelas universidades e politécnicos com cuidado e atenção. Há não muitos anos, estudantes, sobretudo estes, mas também professores e não docentes, fechavam-se sobre si próprios quando eram confrontados por situações de stress, depressão ou outro tipo de patologia do foro mental. Da parte das academias a resposta a este tipo de situações era pontual e, entre pares, a vergonha de pedir ajuda falava sempre mais alto do que a necessidade.
Os resultados preliminares do FCT-Tenure, um programa desenhado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) com o objetivo de promover a contratação de doutorados exclusivamente para posições permanentes, deixou a maioria das universidades e politécnicos descontente e incrédula. Das 1100 vagas disponíveis para 2211 candidaturas apresentadas, 682 foram atribuídas a apenas quatro universidades (228 à Nova de Lisboa, 209 à U. Lisboa, 161 à U. Porto e 84 à U. Minho). Ou seja 62% das posições ficaram associadas a apenas quatro universidades. Nenhum politécnico surge entre as instituições com mais posições atribuídas. Aliás, em todo esse subsistema só foram atribuídas 67 vagas.
Exige-se, agora que ainda estamos a tempo, um novo pacto de regime em defesa da rede de ensino superior portuguesa. Importa reforçá-la, dando às instituições mais instrumentos, melhor financiamento, exigindo-lhes rigor e excelência, e porque não, diferenciação na oferta formativa. Portugal não pode olhar para o que é diferente de um modo igual.
O Ministério da Educação, Ciência e Inovação já definiu as regras que deseja ver implementadas nas escolas portuguesas com o objetivo de ultrapassar a falta de professores nalgumas áreas e evitar que haja alunos sem aulas. Nestas normas, o período letivo passa a ser prioritário para os docentes, sobretudo aqueles que lecionam disciplinas em que há falta de recursos humanos qualificados.
A Direção-Geral de Estatística da Educação e Ciência acaba de publicar o relatório sobre os recursos tecnológicos existentes nas escolas. Os dados dizem respeito a 2022/23 e demonstram o esforço do país em fazer chegar às escolas, alunos e professores, computadores e acesso à internet. Este foi um dos grandes investimentos concretizados em meios informáticos na história da escola pública. A pandemia e a necessidade de se recorrer ao ensino a distância deram o empurrão que faltava para que o acesso às novas tecnologias seja hoje o mais generalizado possível.
Os rankings das escolas voltam a estar na ordem do dia, sobressaindo para a opinião pública que esta escola é melhor que aquela, que o ensino privado é superior ao público, e mais uma série de perceções que a sociedade absorve como verdades absolutas. Já o afirmei, e volto a referi-lo: Os rankings tal como são divulgados junto da comunidade podem ter um efeito nefasto e perigoso, na medida em que rotulam escolas, e por conseguinte alunos, professores e funcionários, sem que se tenham em conta todos os dados da balança.
O financiamento das instituições de ensino superior publicas (IES) é um instrumento decisivo para o futuro do país. A afirmação não é nova, até pode redundar numa repetição oca e sem eco na tutela, na sociedade e nas regiões em que elas estão inseridas. O orçamento de Estado atribuído a muitas das universidades e politécnicos públicos portugueses não é suficiente, na larga maioria dos casos, para fazer face ao pagamento dos vencimentos com os seus funcionários, obrigando ao recurso às chamadas receitas próprias provenientes das propinas, de projetos e de trabalhos prestados à sociedade.