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UM ano depois de ter sofrido um grave acidente de moto Diogo Ribeiro, o jovem estudante que conquistou três ouros e bateu um recorde mundial

05-09-2022

O jovem estudante de 17 anos, Diogo Ribeiro, atleta do Benfica e da seleção nacional de natação, conquistou este mês três títulos mundiais júnior, em Lima, no Perú, entrando para a história do país e do mundo. Além das medalhas de ouro nos 50 metros mariposa, 50 metros livre e 100 metros mariposa, bateu também o recorde mundial nos 50 metros mariposa. Já antes, em agosto, na capital italiana, tinha conquistado, nos Europeus de Natação, uma medalha de bronze.

“Em Roma queria muito bater este recorde. No final dos 50 metros mariposa no Europeu de Roma olhei para o tempo e vi que não tinha sido recorde e só depois é que percebi que tinha sido terceiro e então fiquei feliz. Por isso, chegado aqui, esse objetivo estava na minha cabeça". As palavras de Diogo Ribeiro, foram partilhadas, em nota, pela Federação Portuguesa de Natação, após a conquista da última das medalhas e do recorde mundial.

Aos jornalistas, na sua chegada a Lisboa, recordou que “estávamos à espera de quatro medalhas, mas obter os três ouros foi muito bom. É uma motivação muito grande para trabalhar para o futuro. Espero que o futuro seja mais brilhante e que um dia possa obter uma medalha nos Jogos Olímpicos”.

Competir a um nível tão elevado exige muito trabalho, dedicação e sacrifício. A história de Diogo Ribeiro tem muito de tudo isso, mas também de determinação, foco e resiliência. Aos quatro anos perdeu o pai (em sua memória tatuou a estrela de David no ombro direito). Há um ano atrás sofreu um acidente grave de moto, que o deixou com hematomas em todo o corpo, queimaduras nas pernas, o ombro direito deslocado e um pé fraturado. Perdeu ainda um dedo indicador, que viria a ser reconstruído.

As conquistas de Diogo Ribeiro ganham por isso uma maior relevância pela sua capacidade de renascer. Algum tempo antes do acidente tinha conquistado a medalha de prata nos Europeus de Juniores, em 100 metros mariposa. “Há um ano estava numa cama sem me poder mexer e agora estou melhor que nunca. Vamos ver se consigo manter a minha mente focada”, acrescentaria as jornalistas, o jovem atleta.

Já antes ao site MaisFutebol explicaria “que o acidente foi uma lição. Deu-me força mental e psicológica”, acrescentando que “acho que ganhei uma segunda vida. Antes achava que era indestrutível”.

A natação portuguesa teve outros sucessos no passado, com Alexandre Yokochi, que em 1985 conquistou o bronze nos europeus (e que foi durante anos a fio a inspiração para muitos atletas lusitanos) e Alexis Santos, que na mesma competição também alcançou o terceiro lugar no pódio.

As conquistas do jovem Diogo Ribeiro levam Portugal a acreditar que é possível chegar longe na modalidade. Nesta sua curta carreira, que começou ainda criança a praticar natação, na Fundação Beatriz Santos – Clube e mais tarde no União de Coimbra, Diogo Ribeiro foi somando medalhas nas provas em que participava. Mas a sua grande aventura começaria quando, no ano passado, integrou o Benfica e o Centro de Alto Rendimento do Jamor. É aí que passa a trabalhar com um dos melhores técnicos do mundo, o brasileiro Alberto Silva. Aprendeu que a natação não é apenas nadar. É também trabalhar no ginásio, estudar as técnicas de partida, de viragem e de chegada.

As conquistas de Diogo Ribeiro foram sublinhadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Em nota divulgada pela Presidência da República, o Chefe de Estado “felicita o nadador pela conquista do título mundial de juniores nos 50 metros mariposa, com recorde do mundo, assim como pelas duas medalhas de outro nas provas de 50 metros livres e 100 metros mariposa”.

Também o Primeiro Ministro, António Costa, no Twiter, considerou Diogo Ribeiro, “um orgulho para o desporto nacional”, enquanto o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, referiu, também no Twiter, que “os êxitos internacionais do desporto português são motivo de orgulho para todos nós”.

Os próximos desafios podem levar o jovem português aos Jogos Olímpicos da Paris e sonhar com melhores marcas. Mas para já, Diogo Ribeiro não quer falar na pressão das medalhas. Isso será para os jogos de 2028, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

E.M.
Luís Filipe Nunes | Federação Portuguesa de Natação
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