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Investigação Universidade de Évora lidera dois laboratórios associados

27-02-2021

A Universidade de Évora está a coordenar dois novos laboratórios associados: o IN2PAST, na área do do Património, Artes, Sustentabilidade e Território; e CHANGE, dedicado à Mudança Global e Sustentabilidade em Portugal. O anúncio foi feito ao Ensino Magazine pela instituição, após os recém-divulgados resultados do exercício de avaliação conduzido pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia  (FCT).

Estas estruturas têm como objetivo atingir metas estabelecidas no âmbito da política científica e tecnológica em Portugal.

No entender de Ana Costa Freitas, reitora da Universidade de Évora, a a atribuição do Estatuto de Laboratório Associado a estes dois consórcios de instituições de I&D liderados pela UÉ “vêm reafirmar que o projeto estruturante da Universidade de Évora está no caminho certo”.

 

O que é o CHANGE

 

Em nota enviada ao Ensino Magazine, é explicado que “o primeiro Laboratório Associado totalmente dedicado à Mudança Global e Sustentabilidade em Portugal, denominado Instituto para as Alterações Globais e Sustentabilidade, com acrónimo CHANGE, ou seja «MUDANÇA» é coordenado por Teresa Pinto Correia. Vai procurar tornar-se numa referência de investigação e inovação para o desenvolvimento, avaliação e operacionalização de políticas regionais, nacionais e internacionais, contando para tal com uma equipa de 316 investigadores integrados, maioritariamente em Évora, Lisboa, Beja, Faro, e nos Açores”.

O grande objetivo deste laboratório passa por “promover ligações interdisciplinares e contribuir para tornar o ambiente mais resiliente e economias mais sustentáveis”. No laboratório estão envolvidos “investigadores do Instituto Mediterrâneo para Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED) da Universidade de Évora (que coordena), do Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade (CENSE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, bem como do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (CE3C) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, ambas classificadas com Excelente no sistema português de I&I (Investigação e Inovação) que têm demonstrado ao longo dos últimos tempos resultados ímpares aos níveis nacional e internacional”.

Citada na mesma nota, Teresa Pinto Correia, explica a importância do laboratório com o facto  “dos grandes motores das alterações globais são alterações ambientais e climáticas, alterações em termos da população, a demografia e as migrações. E estas, em conjunto, causam fenómenos de instabilidade económica e social, com que nos vamos defrontar, cada vez mais, de futuro. Assim, defrontamos-mos com problemas que são tanto físicos e biológicos, como químicos e sociais e globais”.

Por isso, a estrutura do CHANGE envolve “três Unidades de Investigação com competências que são diferentes, mas complementares, dando resposta a desafios que são multidisciplinares e que exigem a interação com a sociedade” refere Teresa Pinto Correia. Aliando as Ciências Sociais, Ciências Naturais e a Engenharia, Teresa Pinto Correia, deixa como exemplo que “quando um produtor se vê confrontado com a escassez ou a redução da água disponível e tem que equacionar como vai mudar o seu sistema produtivo, temos que lhe oferecer uma resposta e encontrar alternativas”.

O objetivo é “construir soluções de política pública que contribuam para uma economia competitiva, mas também eficiente no uso dos recursos, e ambientalmente sustentável e que, de facto, possa ajudar o país a fazer face às alterações climáticas e a todas as alterações globais em curso e as futuras”, acrescenta.

No entender da sua coordenadora, o CHANGE quer constituir-se como “o centro de referência em Portugal para desenvolver, avaliar e operacionalizar a necessária inovação e desenvolvimento destas políticas públicas”, numa aposta “na economia circular e neutra de carbono, promovendo a biodiversidade, a regeneração dos recursos naturais, a coesão territorial, sob forma de garantir sistemas sustentáveis de alimentos e biomassa, bem como dos serviços ecossistémicos, um sistema dinâmico e complexo relacionando animais, plantas e comunidades de micro-organismos e interagindo em equilíbrio é considerado essencial pelos especialistas para a manutenção da vida da forma como a conhecemos”.

 

IN2PAST a investigar e inovar

 

Já o IN2PAST -  Laboratório Associado para a Investigação e Inovação em Património, Artes, Sustentabilidade e Território, coordenado por António Candeias, dedica-se à preservação, estudo e promoção do património cultural.  A UÉ explica que se assume “como multidisciplinar e transdisciplinar, pretendendo fazer do património e das artes atores centrais no desenvolvimento da sociedade tornando-os significativos, sustentáveis e acessíveis num mundo cultural em constante mudança”.

Atrair talento para a estratégia nacional de emprego científico e carreiras científicas, e por outro lado, ser um ator fundamental para as políticas públicas na área do património, das artes e da memória coletiva constituem-se como objetivos centrais do IN2PAST.

O laboratório é um consórcio composto por sete Unidades de I&D de cinco  Universidades Portuguesas e com uma equipa de investigação composta por 331 Investigadores, bem como equipamentos únicos para o estudo do património, na sua maioria “concentrados” no Laboratório HERCULES da UÉ.

António Candeias, citado na mesma nota, explica que “abre-se agora uma nova oportunidade para o estudo e intervenção nas áreas do património cultural, das artes e das políticas de memória, suportado pelo desenvolvimento da carreira de investigação nestas mesmas áreas”. O laboratório combina investigação fundamental multidisciplinar e transdisciplinar - da Química à Arqueologia, dos Estudos Artísticos à História, dos Estudos Musicais à Antropologia -com uma capacidade laboratorial instalada de Évora ao Minho.

A atribuição do Estatuto de Laboratório Associado por parte da FCT é, para António Candeias, “o reconhecimento do trabalho que as unidades de investigação associadas têm vindo a realizar ao longo dos últimos anos”.

A UÉ refere-se neste processo ao “Laboratório HERCULES - Herança Cultural, Estudos e Salvaguarda da Universidade de Évora (que coordena), o Laboratório de Paisagens, Património e Território da Universidade do Minho, Instituto de História de Arte da Universidade Nova de Lisboa, o Centro de História de Arte e Investigação Artística da Universidade de Évora, o Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Évora, o Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA) e o Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical da Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Évora”.

Para Ana Costa  Freitas “está demonstrada a capacidade científica das universidades portuguesas e a Universidade de Évora tem a este respeito uma palavra a dizer”. A reitora destaca “o inexcedível empenho das equipas de investigação que nas diferentes áreas têm desempenhado um papel decisivo e fundamental no desenvolvimento desta Universidade”.

 

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