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UÉ investiga Montado melhora qualidade da água

17-02-2021

Um estudo da Universidade de Évora (UÉ), divulgado ao Ensino Magazine, demonstra que a cobertura agro-silvo-pastoril, ou seja, o Montado, um ecossistema característico do Alentejo e que subsiste apenas no Mediterrâneo, exerce um efeito positivo na qualidade de linhas de água atuando como uma barreira à poluição e dificultando o arrastamento de compostos pelas chuvas.
Citada em nota enviada à nossa redação, Patrícia Palma, investigadora no Instituto de Ciências da Terra (ICT) da UÉ, que liderou este estudo, sublinha que “as áreas com maior percentagem de Montado apresentam melhor qualidade de água”.
Os investigadores deste estudo concluíram que “as ribeiras com regimes temporários foram os sistemas que apresentaram maior sensibilidade às diferenças de uso do solo e à sazonalidade”.
Na mesma nota, Patrícia Palma revela que as “áreas com intensa atividade agrícola e as áreas urbanas podem contribuir para a diminuição da qualidade da água na Bacia do Guadiana”, um facto que fica ainda mais evidente no período chuvoso. “As chuvas e enxurradas são um dos principais motores de arrastamento de contaminantes para as massas de águas", sublinha a investigadora do ICT elucidando que essa contaminação “é mais notória em locais com intensa atividade agrícola”.
Este facto é justificado pela investigadora “pela utilização de fertilizantes e pesticidas e pelas escorrências destes para as linhas de água”, como consequência “existe um impacto direto na qualidade da água” destacando-se aqui a Ribeira de Álamos.
Outro motivo de preocupação apontado no estudo são as águas residuais que resultam das estações de tratamento localizadas nas áreas urbanas, verificando-se que estas vão comprometer a qualidade das águas das ribeiras como é exemplo a Ribeira do Zebro, um curso de água que nasce na freguesia da Amareleja, concelho de Moura, no Alentejo.
Na mesma nota, a equipa de investigadores explica que as linhas de água, associadas a sedimentos com características granulométricas maioritariamente arenosas, podem constituir focos de poluição de contaminantes para jusante, explicado pelo facto destes serem “constituídos maioritariamente por partículas grosseiras e arenosas que tem menor capacidade de absorção”.
Para a investigadora “ficou evidente a grande sensibilidade dos regimes temporários ao clima e à poluição agrícola e urbana”. Por isso considera ser “urgente o desenvolvimento de políticas de uso de solo direcionadas para a proteção destes ecossistemas e para a melhoria do seu estado ecológico e químico”, medidas que também podem contribuir para a redução da contaminação de massas de água a jusante, como Alqueva.

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