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Durante a pandemia de Covid-19 Como as autarquias usaram o Facebook

21-10-2021

As autarquias com maior autonomia financeira comunicaram mais durante a pandemia, sendo que as câmaras municipais usaram bastante o Facebook para o fazerem, sobretudo para “divulgar as medidas de confinamento, mas também providenciar conselhos de higiene, alertar para diversos riscos, dar conta da situação epidemiológica, e publicitar os diversos apoios que as câmaras implementavam (compras, medicamentos, apoio social, psicológico, financeiro)”.
A conclusão é de Miguel Padeiro e Ângela Freitas, do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) da Universidade de Coimbra, que extraíram mais de 100 mil “posts” das páginas oficiais de Facebook de 304 câmaras municipais – quatro municípios portugueses não têm página nesta rede social –, entre março e julho de 2020.Procuraram depois medir essa comunicação e perceber quais os fatores que levaram alguns municípios a comunicar muito intensamente e outros a comunicar menos.
Os dados obtidos foram posteriormente integrados numa extensa base de dados (que abrangia dados territoriais, sociodemográficos, políticos e institucionais), cartografados e analisados através de métodos estatísticos, as designadas análises de regressão. Os resultados do estudo, que foi publicado na revista Government Information Quarterly, mostram uma importante variação na intensidade da comunicação através do Facebook.
“A variabilidade foi também temporal, com um forte aumento das comunicações na altura em que a pandemia se instalava, uma fase mais estável e depois uma tendência para a diminuição a partir de junho. Por outro lado, a característica da população influenciou um aumento da comunicação na fase de forte progressão do vírus, provavelmente porque as vulnerabilidades sociais requeriam um maior cuidado e uma maior comunicação”, afirma Miguel Padeiro.
Na era da comunicação digital, em que as redes sociais são uma poderosa ferramenta para alcançar os cidadãos de forma mais direta e divulgar grandes quantidades de informação, os autores deste estudo consideram que os resultados obtidos podem contribuir para “melhorar o nível de preparação em possíveis contextos de crise no futuro. Em particular, a definição de estratégias de comunicação para as crises de saúde pública prolongadas será muito importante, e o conhecimento dos fatores que contribuem para uma maior e melhor comunicação será indispensável. A disponibilização de recursos financeiros para a realização de tais estratégias e para a redução da exclusão digital em todos os municípios portugueses pode contribuir para uma divulgação mais eficaz”.

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