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Diretor Fundador: João Ruivo Diretor: João Carrega Ano: XXVII

Opinião Universidades do futuro

A iniciativa Universidades Europeias é uma das mais emblemáticas ações desenvolvidas pela União Europeia, na área da educação, que tem permitido o estabelecimento de parcerias transacionais que se assumirão como “universidades do futuro”.
Esta é uma oportunidade que as instituições de ensino superior portuguesas devem saber aproveitar. O Orçamento da União Europeia tem alocados cerca de 287 milhões de euros. Neste momento foram constituídas e aprovadas 41 Universidades Europeias, num total de 280 instituições, algumas das quais universidades e politécnicos portugueses.
Mariya Gabriel, Comissária responsável pela Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, considera que “estas Universidades Europeias constituem um pilar essencial do Espaço Europeu da Educação”.
A Comissão Europeia não tem dúvidas que “estas universidades permitirão aprofundar a cooperação entre as respetivas instituições, os seus estudantes e pessoal, e partilhar recursos físicos e em linha, cursos, conhecimentos especializados, dados e infraestruturas”.
Através de uma “colaboração mais estreita, reforçarão a sua capacidade para superar os desafios enfrentados durante e após o período de recuperação e promoverão uma transição ecológica e digital inclusiva em benefício dos seus estudantes e de todos os europeus”, sublinha a Comissão.
A Iniciativa foi lançada na Cimeira de Gotemburgo, em 2017. As primeiras 17 Universidades Europeias foram criadas e aprovadas em 2019, apresentando resultados positivos. “A criação de campus interuniversitários virtuais, o aparecimento de cursos mistos conjuntos e unidades didáticas comuns integradas nos programas de todas as universidades participantes”, são aspetos destacados pela própria Comissão Europeia.
Cada Universidade Europeia é composta, em média por sete instituições de ensino superior de diferentes países. Cada uma das alianças receberá até cinco milhões de euros do Programa Erasmus+ e até dois milhões de euros do Horizonte 2020.
Uma verdadeira Universidade Europeia deve “incluir parceiros de todos os tipos de instituições de ensino superior e abranger uma vasta área geográfica em toda a Europa”. De igual modo, deve “assentar numa estratégia comum de longo prazo, que visa a sustentabilidade, a excelência e os valores europeus”; e “oferecer programas curriculares conjuntos, centrados nos estudantes e ministrados em campus interuniversitários, que permitirão a um corpo estudantil diversificado criar os seus próprios programas e ter uma experiência de mobilidade em qualquer nível de estudo”. Além disso deve “adotar uma abordagem baseada em desafios que seja propícia à cooperação entre estudantes, pessoal académico e parceiros externos no âmbito de equipas pluridisciplinares, com vista a responder às grandes questões que a Europa enfrenta atualmente”.
Estas Universidades Europeias serão uma fonte de aprendizagem para que, no futuro, muito provavelmente em 2022, novos consórcios possam ser aprovados e financiados. Aliás, muitos houve, que não merecendo, nestas duas fases, financiamento, constituem projetos sólidos e fortes, que poderão desenvolver iniciativas e parcerias até uma nova candidatura.
As Universidades Europeias serão, por isso, um farol para o futuro da educação, numa lógica de ensino sem fronteiras, articulado, de parcerias e exigência, de novos mundos. Acredito que este é apenas o começo de algo maior, em que as instituições de ensino superior portuguesas não quererão, nem deverão, ficar de fora.

João Carrega
carrega@rvj.pt