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Escola Escolas são os alvos mais atingidos nos conflitos mundiais

26-05-2022

A Organização das Nações Unidas (ONU) acaba de alertar para o facto das escolas serem um dos alvos mais atingidos nos principais conflitos mundiais, com centenas de professores mortos, feridos, sequestrados ou agredidos.

No debate anual sobre a proteção de civis em conflitos armados, realizado dia 25 de maio no Conselho de Segurança em Nova Iorque, o diretor da Divisão de Coordenação do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Ramesh Rajasingham, apontou o caso do conflito afegão como exemplo de ataques a infraestruturas de ensino.

"Nos primeiros nove meses do ano passado, mais de 900 escolas no Afeganistão foram destruídas, danificadas ou fechadas e a sua reabilitação prejudicada por riscos de explosão", detalhou Rajasingham.

Também na Etiópia, milhares de escolas foram total ou parcialmente danificadas e mais de 30.000 professores deslocados.

No Iémen, os ataques danificaram ou destruíram escolas, hospitais, infraestruturas de telecomunicações, estradas, fábricas, casas, carros e quintas agrícolas.

Ataques contra instalações de saúde no Afeganistão dificultaram o acesso a serviços de saúde a 300.000 pessoas.

De acordo com Ramesh Rajasingham, na Síria os danos a infraestruturas industriais geraram milhões de toneladas de escombros e poeiras contendo materiais perigosos, como amianto, metais pesados ou produtos químicos, com um impacto potencialmente grave na saúde dos civis.

Em relação à saúde mental, a ONU estima que cerca de uma em cada cinco pessoas que vivem em áreas afetadas por conflitos sofram de depressão, ansiedade e stress pós-traumático.

Perante o Conselho de Segurança, Rajasingham referiu que 90% das vítimas do uso de armas explosivas em áreas povoadas são civis, em comparação com 10% das vítimas em outras zonas de conflito menos populosas.

"Na Síria, Afeganistão e outros lugares, artefactos explosivos improvisados, minas terrestres e resquícios de explosivos de guerra causaram a morte e ferimentos de civis e impediram o acesso a terrenos agrícolas, serviços e meios de subsistência", disse o responsável da OCHA.

Rajasingham aproveitou ainda a presença de diplomatas de todo o mundo nesta reunião para recordar os dados divulgados esta semana pelo alto-comissário da ONU para os Refugiados, de que o número de pessoas deslocadas devido a conflitos em todo o mundo atingiu um recorde de 100 milhões, impulsionado pela guerra na Ucrânia.

"Quando os civis fogem para áreas mais seguras, as pessoas com deficiências ou limitações, incluindo crianças e idosos, muitas vezes são deixados para trás. Aqueles que conseguem fugir muitas vezes não têm assistência e enfrentaram dificuldades de mobilidade", frisou.

Também o diretor-geral do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Robert Mardini, lamentou que este tema seja abordado ano após ano sem melhorias para a situação dos civis nos conflitos, apelando por uma ação concreta do Conselho de Segurança.

A guerra da Rússia da Ucrânia foi recordada por vários diplomatas que tomaram a palavra durante a reunião, como a embaixadora norte-americana, Linda Thomas-Greenfield, que reforçou os apelos para que Moscovo "seja devidamente responsabilizado pelas atrocidades cometidas".

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