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As escolhas de Valter Lemos Os elétricos mais baratos

14-02-2023

A produção e venda de viaturas elétricas continua a crescer. Já não parece haver dúvida que o futuro será maioritariamente elétrico, ainda que seja provável que não ocorra o desaparecimento total dos motores de combustão, pelo menos, durante as próximas duas dezenas de anos e se venha a verificar um crescimento da utilização do hidrogénio. Mas, neste caso, a propulsão é também elétrica.

Dois problemas têm, no entanto, obstado a uma mais rápida expansão dos elétricos com baterias: o preço e a autonomia.

Na verdade as diferenças de preço entre um automóvel com motor de combustão interna e um elétrico do mesmo segmento é de vários milhares de euros, ultrapassando frequentemente a dezena de milhar. Por outro lado, apesar de alguma evolução, a autonomia dos elétricos é bastante inferior. Por menos de 50 mil euros, não há elétricos que atinjam 500 Km de autonomia. Ora essa é uma forte limitação. Pagar mais de 50 mil euros por um carro e não conseguir ir a Lisboa e regressar sem ter que parar no caminho, pelo menos uma hora, para recarregar as baterias, não é um grande incentivo à compra de um elétrico, por parte de quem tenha que fazer deslocações daquela dimensão, de forma frequente. Por outro lado, a larga maioria dos portugueses não tem possibilidade de comprar um carro de 50 mil euros. Como sabemos, os modelos mais vendidos em Portugal são carros dos segmentos B e C, ou seja, utilitários e pequenos familiares, cujos preços oscilam entre 15 e os 30 mil euros.

Para tais portugueses, que ainda assim gostariam de poder entrar na onda elétrica, mas não têm possibilidades de gastar valores muito elevados, quais são as opções disponíveis?

No quadro seguinte listamos os dez elétricos mais baratos e os respetivos preços e autonomia anunciada pela respetiva marca.

Marca/Modelo

Preço (euros), desde

Autonomia (Km)

Dacia Spring

20.400

230

Smart Fortwo EQ

22.900

132

Renault Twingo E

27.020

190

Fiat 500 E

31.000

190

Peugeot e-208

32.150

362

Opel Corsa E

33.380

356

Renault Zoe

35.150

313

Mazda MX-30

34.600

200

Nissan Leaf

34.600

270

Renault Megane E-Tech

36.750

300

 

Como se vê no quadro, dentro do intervalo de preços acessível a um razoável número de portugueses, não há um único veículo que atinja os 400 Km de autonomia e só três ultrapassam os 300 Km.

O futuro é elétrico, mas a democratização do uso dos carros movidos a eletricidade parece estar refém das baterias. Sem maior autonomia a custos mais baixos, parece difícil atingir níveis verdadeiramente significativos de utilização. Isso, no entanto, não tem sido impeditivo do contínuo aparecimento de novos modelos das mais de vinte marcas que já oferecem em Portugal, versões elétricas, ainda que, a maioria dos modelos se insiram em segmentos superiores e médios-altos, com preços demasiado elevados para o comum dos cidadãos.

Valter Lemos
Professor Coordenador do IPCB | Ex Secretário de Estado da Educação e do Emprego
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