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50 anos depois A arte rupestre no Tejo

22-04-2024

Quando olhamos para a história recente do nosso país, o mês de abril de 1974 surge indissociavelmente ligado àquela madrugada em que um jovem grupo de capitães ousou pôr termo a um regime ditatorial e opressivo e devolveu ao povo português a liberdade.
Em Vila Velha de Ródão, as memórias de abril de 1974 surgem também irremediavelmente entrelaçadas com outro acontecimento determinante para a história do concelho: o encerramento das comportas da barragem do Fratel, que enclausuraram as águas do impetuoso Tejo e o transformaram num lago calmo e sereno, submergindo aquele que é um dos mais importantes conjuntos de arte pós-paleolítica da Europa.
As mais de 25 mil gravuras entalhadas nos xistos do vale do Tejo desde os primórdios da ocupação deste território pelo homem permaneceriam para sempre afastadas do nosso olhar, não fosse a voluntariosa ação de um grupo de jovens arqueológos – hoje carinhosamente apelidados de “Geração do Tejo” –, que assumiram como missão resgatar e preservar para a posteridade esse enorme património histórico, que é hoje parte essencial da identidade do concelho e um elemento incontornável da sua estratégia de promoção turística e de desenvolvimento.
Inaugurado em 2012, o Centro de Interpretação de Arte Rupestre do Vale do Tejo (CIART) surgiu precisamente para apoiar o estudo e a preservação deste vasto património arqueológico, divulgando-o ao público através de uma exposição permanente, mas o passar dos anos e a evolução da tecnologia determinariam a necessidade de promover uma requalificação e ampliação deste espaço museológico, de forma a torná-lo mais contemporâneo e a permitir ao visitante perceber melhor a riqueza única deste património.
Tratou-se duma intervenção abrangente, que se saldou num investimento superior a um milhão de euros e que, para além do edifício já existente e da reformulação do seu interior, incluiu uma ampliação para uma zona anteriormente devoluta, a poente, por onde se passará a fazer o acesso ao CIART e um novo projeto de museografia. Nesta requalificação foi concebida uma nova entrada, novas galerias expositivas, um centro de documentação e um espaço multimédia e audiovisual, que finalmente abrimos ao público no dia 25 de maio e que esperamos que possam contribuir para a divulgação deste património histórico-arqueológico e para a promoção das potencialidades da Beira Baixa.
Nos dias 24, 25 e 26 de maio, a arte rupestre do Vale do Tejo vai estar ainda em destaque graças à realização do Seminário Internacional “Vale do Tejo e a Arte Rupestre, 50 anos depois”, que irá reunir em Ródão diversos investigadores, gestores culturais, decisores políticos e representantes de vários setores, de forma a oferecer uma visão ampla e atualizada sobre este património, e pela apresentação do livro “Memórias Arqueológicas do Vale do Tejo” por António Martinho Baptista e Francisco Sande Lemos, editado pelo Município de Vila Velha de Ródão.
São três bons motivos para uma deslocação a Vila Velha de Ródão e uma excelente oportunidade para descobrir o riquíssimo património natural e gastronómico que esta região, sempre pronta a receber, tem também para oferecer!

Luís Miguel Ferro Pereira
Presidente da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão
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